Investigação -

Empreiteira chegou a usar o Karnak para receber dinheiro por obras que não fez, indica inteligência

 

Por Rômulo Rocha - Do Blog Bastidores

 

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POR CIMA. É COMO EMPREITEIROS PRESSIONAM

- Construtora alvo do GAECO chegava a ir ao Palácio de Karnak para receber por obras pelas quais supostamente não teria feito. Um exemplo é um ofício encaminhado por gestor da articulação política do governo Zé Filho. E isso veio ocorrendo até o novo governo, com os novos nomes. Não conseguiram receber o dinheiro. Ao dar aval, autoridades também podem ter sido enganadas, antes de Turma no Tribunal de Justiça

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Palácio de Karnak, sede do Poder Executivo (Foto: divulgação)
_Palácio de Karnak, sede do Poder Executivo (Foto: divulgação) 

CUMPRINDO ORDENS

O nome do ex-superintendente de articulação de gestão governamental, Luís Coelho da Luz Filho, aparece em relatório do Núcleo de Gestão de Informações Estratégicas e Combate à Corrupção, órgão de inteligência do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE), transmitindo informações à EMGERPI para que pague a empreiteira Novo Milênio, que já àquela época, em agosto e dezembro de 2014, usou o Palácio de Karnak para tentar obter, provavelmente de forma irregular, a cifra de R$ 1,1 milhão, por obras que, suspeita-se, não teria feito. A empreiteira é alvo da operação Águas de Março, deflagrada pelo GAECO início desse ano. 

O relatório da NUGEI foi confeccionado após essa operação, em acompanhamento, de ofício, dos passos da empreiteira. Um histórico de atuação da Novo Milênio na busca por esse valor milionário foi então construído. Esse documento relata inúmeros pedidos da construtora - que não existiria de fato - para obtenção dos recursos, envolvendo altas autoridades do último e desse governo. 

Uma dessas autoridades é justamente Luís Coelho da Luz Filho, que diz que a pedido do governador de então requer o pagamento em tela. Após a negativa outras tentativas para obtenção do dinheiro ocorreram também usando o Palácio de Karnak, no novo governo.

Pelo relatório do órgão de inteligência do TCE, a Construtora era ciente de que o contrato com a EMGERPI havia sido rompido e que ela não havia feito o que reclamava, só procurava confundir, usando da má-fé, através de um calhamaço de informações e documentos.

"Em 21 de janeiro de 2013 o Diretor da EMGERPI notifica a Construtora Novo Milênio Ltda da extinção do contrato em 30/01/2011 bem como da obrigação de devolver o valor de R$ 27.931,41 referente a diferença de medições", traz o relatório. 

Ou seja, em 2014, a Novo Milênio tentou obter recursos públicos que sabia não havia legalidade nem respaldo visto que o contrato havia sido rompido, e que as obras de asfaltamento que reclamava poderia ter sido sobreposta por obras de outras construtoras, em anos posteriores, quando voltou a insistir na cobrança atualmente, inclusive de forma judicial.  

A empreiteira é suspeita de levar uma Turma inteira do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-PI) a erro ao pleitear e obter decisão judicial favorável pela obtenção dos recursos pleiteados junto à EMGERPI.

O relatório da NUGEI visa inclusive combater a isso, que recursos do erário sejam perdidos. 

_Trecho de relatório de inteligência
_Trecho de relatório de inteligência 

CONFIRA:_________

- Exclusivo: empreiteira pode ter iludido o judiciário para obter dinheiro da EMGERPI

- Conselheiro do TCE se declara impedido em processo após relatório de inteligência da NUGEI

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