Devolução dos R$ 16 milhões -

Acusado de corrupção, ex-prefeito diz que tira 'dinheiro da boca dos filhos' para pagar advogados

 

Por Rômulo Rocha - De Oxford

 

 

_______________

- Valdir Soares disputou, pelo PRP, o posto de deputado estadual último pleito, não logrando êxito na empreitada. Obteve ainda 1.446 votos.

__________________________

 

 

EX PETISTA DESABAFA

O ex-prefeito de Uruçuí, Valdir Soares da Costa, queestá sendo responsabilizado pela malversação de recursos públicos da ordem de cerca de R$ 16 milhões, afirmou que"hoje [está] retirando da boca dos próprios filhos" para pagar altos honorários advocatícios por denúncias desprovidas de provas, que na sua maioria são produtos de erros de formalidade".

Uma matéria do Blog Bastidores, do 180, publicada esta semana, evidencia que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) está mais próximo de finalizar a tomada de contas especial para reaver a quantia tida como dívida, da ordem de R$ 16 milhões - parte por suspeitas movimentações com o dinheiro público e outra parte por não comprovação dos gastos. 

Em sua resposta e diante da repercussão da publicação, o ex-prefeito resolveu quebrar o silêncio e dar sua versão sobre os fatos, que segue em sua íntegra logo abaixo. No tocante à movimentação financeira suspeita, ele credita a outros três políticos de Uruçuí.

Valdir Soares explica que em apenas dois meses, Uruçuí, diante das disputas políticas e decisões judiciais, teve três prefeitos (prefeito, vice-prefeito e presidente da Câmara), todos alternando no poder, e assim, credita a eles essas movimentações financeiras supostamente não republicanas. 

Ainda especificamente sobre o período de novembro e dezembro de 2012, o ex-gestor fala que, por orientação dos seus advogados, não apresentou a prestação de contas ao TCE por preferir fazer sua defesa perante o Tribunal de Justiça. Dessa forma, segundo ele, a Corte de Contas decretou a ausência de prestação de contas. 

O ex-gestor fala ainda que, ao contrário do existente nos autos do TCE, ajudou, na verdade, foi a combater a corrupção. 

E que nunca chamou a Corte de Contas de uma "Corte política", conforme noticiou o Blog Bastidores em 2016.

_____________________________

 

_____A ÍNTEGRA DO QUE DIZ O PREFEITO:

Respondendo à inúmeras indagações da imprensa sobre a prestação de contas do município de Uruçuí Piauí em especial de novembro e dezembro de 2012, informo que me defenderei perante as cortes de Justiça.

Mas para atender e em respeito à opinião pública de Uruçuí e os piauienses, nesse período de dois meses o município de Uruçuí foi palco de uma acirrada disputa política em que aconteceram 08 cassações do Prefeito Municipal e este valor de aproximadamente 17 000 000 foi movimentado pelos três gestores que se alternaram no cargo nesta época (prefeito, vice-prefeito e presidente da Câmara).

Mesmo assim foi creditado ao meu nome e ao meu CPF as prestações de contas deste período haja vista que as cassações não seguiram o rito processual Legal sendo hoje objeto de investigação até mesmo do CNJ (conselho nacional de justiça), e como estratégia de defesa meus advogados orientaram ao escritório de contabilidade não entregarem as referidas prestações de contas dos meses de novembro e dezembro de 2012 e fazer defesa direta no Tribunal de Justiça do Piauí e com efeito a Corte de Contas naturalmente decretou ausência de prestação de contas nesses meses.

Informa que não existe áudio ou qualquer outro meio de prova que constate que falei que o TCE era uma corte política e se tivesse falado pelo calor da hora teria humildade suficiente para pedir desculpas à esta renomada corte de contas.

Reitero que também defendo uma Imprensa Livre e o direito da informação, mas também desejo a livre defesa e o direito do contraditório.

Governei Uruçuí com muita responsabilidade e tentei o máximo de probidade administrativa como proibição de saques na boca do caixa e o uso de cheques oficialmente por decreto municipal. Isso significa, por exemplo, que se o próprio Prefeito Municipal fosse ao banco não conseguiria sacar nenhum valor e tudo seria por meios eletrônicos para facilitar a rigorosa vigilância dos órgãos de fiscalização.

Relutei por muitos anos em não fazer declarações públicas sobre o assunto do referido valor para não ser interpretado como um mero discurso defensivo, mas vi a minha Honra e a minha reputação serem questionadas.

Informo que como todos os brasileiros desejo o combate ostensivo à corrupção, mas (...), como pai de família, médico especializado que participou inclusive na formação especializada de várias gerações de médicos espalhadas no país inteiro, que lutei pela honestidade desde a minha infância e nas repúblicas estudantis (onde eu era escolhido até mesmo para dividir igualitariamente a refeição entre os colegas), que me permitam falar com o coração, [ao] vê minha reputação tão achincalhada.

A comunicação aos órgãos de segurança que resultou na Operação Geleira, da Polícia Federal, foi provocada por mim, quando fiz a comunicação por denúncia ao Ministério Público que havia uma prática de prestações de contas com notas frias no município de Uruçuí e posso comprovar isso no inquérito da PF (a quem interessar se aprofundar mais nesse assunto), sendo assim agi para fortalecer o combate à corrupção no município de Uruçuí.

Sempre vivi de forma honrada com meu salário de médico concursado em Brasília e de proventos dos serviços particulares, hoje "retirando da boca dos próprios filhos" para pagar altos honorários advocatícios por denúncias desprovidas de provas, que na sua maioria são produtos de erros de formalidade.

Em nenhum momento se viu nenhum enriquecimento da minha parte.

Cobro essas informações como direito de resposta porque sempre respeitei os órgãos de investigação e de controle, inclusive colaborando, recebendo em audiências públicas e implementando medidas para incentivar o bom uso dos recursos públicos.

Neste particular tomei medidas administrativas até mesmo "de exceção", que falarei em juízo, no combate à corrupção, e fiz o que era dentro da lei para distribuir a renda num município rico, de população ainda muito carente.


CONFIRA A MATÉRIA QUE LEVOU O EX-GESTOR A QUEBRAR O SILÊNCIO

Piauí: só um ex-prefeito no estado terá que devolver R$ 16 milhões aos cofres públicos

Comentários

Trabalhe Conosco