
Vítima de feminicídio havia alertado sobre ameaças do marido PM
A polícia de Santos investiga o feminicídio de Amanda Fernandes Carvalho, de 42 anos, morta a tiros pelo marido, o sargento da PM Samir Carvalho, na tarde de quarta-feira (07/05) em uma clínica de dermatologia no bairro Vila Belmiro. Segundo testemunhas, Amanda havia alertado funcionários e outros pacientes sobre as ameaças que vinha sofrendo, indicando um histórico de violência doméstica. O crime causou comoção na comunidade local e motivou a abertura de um inquérito para apurar responsabilidades e possíveis falhas na proteção à vítima.
Conforme o boletim de ocorrência obtido pelo Metrópoles, Amanda chegou ao estabelecimento por volta das 13h com a filha de 10 anos, demonstrando comportamento tranquilo. Pouco depois, Samir entrou na clínica e permaneceu na recepção ao lado da família. Após um breve intervalo no banheiro, mãe e filha retornaram, ainda aparentando calma, até que Amanda procurou a recepcionista para pedir, em tom de urgência e de forma discreta, que a polícia fosse acionada devido às ameaças sofridas.
Em seguida, mãe e filha buscaram refúgio na sala do dermatologista, proprietário da clínica. Lá, Amanda informou que o marido estava armado e pretendia matá-la. O médico, percebendo a gravidade da situação, trancou a porta e posicionou cadeiras para dificultar o acesso, enquanto tentava contato com a PM. Apesar dos esforços, a proteção improvisada não foi suficiente para impedir o desfecho trágico.

Por volta das 16h, o batalhão ambiental da PM chegou ao local. Ao abordar Samir, os policiais constataram que ele não portava armas ele levantou a camiseta para demonstrar que estava desarmado e o classificaram como “calmo”. Os agentes, então, pediram que o sargento se afastasse para que o médico pudesse abrir a porta do consultório.
No momento em que a sala foi aberta, os policiais ouviram uma sequência de disparos. Eles entraram imediatamente e encontraram Samir, que se rendeu sem oferecer resistência. A perícia foi acionada, e o corpo de Amanda foi removido ao Instituto Médico Legal. A ocorrência segue em investigação, com depoimentos de testemunhas e análise de imagens de segurança para esclarecer as motivações e responsabilidades pelo feminicídio.