
Três PMs são presos por extorsão e lavagem de dinheiro em seis estados
Uma grande operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Rondônia (MP-RO) levou à prisão de três policiais militares e outras seis pessoas. Todos foram detidos preventivamente nesta sexta-feira (07/02), sob suspeita de obter lucro por meio de empréstimos irregulares e cometer extorsões contra diversas vítimas em Rondônia e outros cinco estados.
Ao todo, 17 pessoas são investigadas por envolvimento no esquema, sendo seis delas policiais. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados. Além dos nove mandados de prisão preventiva, a operação executou 42 ordens de busca e apreensão em municípios de Rondônia, Goiás, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e Acre.
Durante a operação Soldados da Usura, a Justiça de Rondônia determinou o bloqueio de mais de R$ 73 milhões dos investigados, abrangendo imóveis, participações em empresas e veículos de alto padrão. Para ocultar a origem dos rendimentos, os suspeitos chegaram a construir uma draga para extração de ouro no Rio Madeira.
Investigação
As apurações tiveram início após uma denúncia feita à Corregedoria-Geral da Polícia Militar de Rondônia contra policiais militares, indicando possíveis crimes de usura (cobrança de juros abusivos) e extorsão. Segundo o MP-RO, os investigados concediam empréstimos com juros ilegais e utilizavam violência, inclusive com uso de armas de fogo. Caso as quantias não fossem quitadas, eles se apropriavam dos bens das vítimas.
Conforme o Ministério Público, o grupo é suspeito de praticar crimes como lavagem de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica, entre outros que ainda estão sob investigação. As autoridades identificaram um grande número de vítimas da organização criminosa. Dessa forma, o Ministério Público disponibilizou um formulário para coletar informações e reclamações de outras pessoas que tenham sido lesadas e queiram contribuir com as investigações.
A Polícia Militar declarou, em nota, que atuou em parceria com o Ministério Público de Rondônia e que mantém uma postura rigorosa contra desvios de conduta e outras infrações cometidas por seus agentes. “A atuação da Corregedoria reflete um dos eixos prioritários da instituição, que é a intolerância ao crime violento e ao desvio de conduta, além do compromisso de proteger a população e assegurar que a atuação dos policiais militares esteja em conformidade com os princípios da legalidade e moralidade”, afirmou a corporação.
Fonte: Metrópoles