
PRF restringe detalhes técnicos em boletins para proteger estratégias contra fraudes veiculares
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) passou a restringir o conteúdo dos boletins de ocorrência envolvendo fraudes veiculares, falsificação de documentos e falsidade ideológica. A medida, oficializada por meio de um ofício-circular distribuído no fim de abril a todas as unidades da corporação, proíbe os agentes de detalhar os métodos técnicos usados para identificar crimes durante abordagens nas rodovias federais.
De acordo com o documento, informações sensíveis vinham sendo inseridas nos registros e ficavam acessíveis até mesmo aos infratores, o que colocava em risco a eficácia das operações e a segurança dos policiais.
Entre os dados que não devem mais constar nos boletins estão os nomes dos sistemas utilizados — como o Alerta Brasil —, critérios técnicos de análise de placas e chassis, e descrições sobre como a suspeita foi levantada durante a abordagem. Também estão vetadas expressões como “checagem pelo OBD”, “monitoramento agendado” e “CPF extemporâneo”.
Esses termos revelavam procedimentos importantes da corporação, como o uso do sistema OBD (On-Board Diagnostics), que permite a leitura de dados da central eletrônica do veículo para identificar adulterações, e o acompanhamento prévio de veículos suspeitos, que poderia denunciar investigações em curso.
A mudança visa proteger as estratégias operacionais da PRF diante do risco de mapeamento por organizações criminosas especializadas em roubo e clonagem de veículos. O novo modelo orienta os agentes a adotarem linguagem padronizada e menos descritiva, além de restringir a anexação de imagens de documentos e indícios de adulteração, exceto quando estritamente necessário.