
Policiais militares de Goiás se tornam réus por tortura e tentativa de homicídio contra major
O juiz Érico Mercier Ramos, da Auditoria Militar de Goiás, decidiu na última quinta-feira (06/06) que sete policiais militares acusados de torturar e tentar matar um major durante um curso do Batalhão de Operações Especiais (Bope) se tornarão réus em processo.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o major da PMGO foi submetido a torturas com varas, pedaços de madeira e açoites de corda por três dias consecutivos durante o 12º Curso de Operações Especiais do Bope, realizado na Base Aérea de Anápolis, em outubro de 2021. O processo, que correu em sigilo até a divulgação da reportagem, também indicou que os réus tentaram ocultar o caso da família da vítima, simulando que o major estava internado com Covid-19, visando sua morte e impedindo a investigação do crime.
As investigações da corregedoria da PM de Goiás revelaram que o major ficou em estado gravíssimo na UTI, com lesão neurológica grave, coma profundo e danos renais devido à tortura. Embora tenha se recuperado consideravelmente após várias sessões de fisioterapia, ainda enfrenta perda parcial de movimentos e 30% dos rins comprometidos, além de profundo abalo emocional pela traição de seus colegas de farda.
Imagens fortes:
O juiz determinou que os réus estão proibidos de se aproximar das vítimas e testemunhas, além de participar de cursos e treinamentos. A audiência de qualificação do caso está marcada para 12 de setembro deste ano, com a formação de um conselho de justiça composto por militares para definir a sentença.
Embora o Ministério Público tenha solicitado o afastamento dos policiais das atividades operacionais ostensivas, com suspensão de armas e recolhimento de armamentos, o juiz da Auditoria Militar considerou tal medida desproporcional, uma vez que não há relatos de reincidência dos réus em atividades ilegais desde o ocorrido em 2021.
Entre os réus, estão coroneis, tenente-coronel, capitão e sargentos da PMGO, incluindo o Chefe da Superintendência de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do estado.
Fonte: Metrópoles