Isaac Rodrigues de Miranda, de 25 anos, foi preso em São Paulo, acusado de aplicar um golpe do tipo "boa noite Cinderela" contra um turista russo.

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Segundo a família, ele foi confundido com o verdadeiro autor do crime após ser reconhecido pela vítima em uma rede social, apenas por ter os dois primeiros nomes iguais aos do verdadeiro golpista.

Isaac possui deficiência intelectual e, de acordo com seus familiares, não teria capacidade de planejar uma ação criminosa desse tipo.

O golpe ocorreu em novembro de 2024, em uma casa noturna no centro da capital paulista. A vítima contou que, depois de consumir bebidas alcoólicas, foi abordada por um desconhecido que lhe ofereceu uma droga. Após ingeri-la, o turista desmaiou e, ao recobrar a consciência algum tempo depois, notou que seu cartão bancário havia sido furtado.

Com base nas imagens de câmeras de segurança e em um extrato com o nome incompleto de uma maquininha utilizada nas compras, o russo identificou o suposto golpista em uma rede social.

O advogado de Isaac alega que a polícia não requisitou formalmente informações à administradora do cartão nem averiguou se a maquininha realmente estava vinculada a ele.

A prisão se baseou unicamente no reconhecimento feito por meio de vídeo, enquanto a vítima ainda se encontrava na Europa.

Durante uma chamada de vídeo, cinco fotografias foram apresentadas, e Isaac foi apontado como o autor do crime, o que contraria o Código de Processo Penal, que determina o reconhecimento presencial e com pessoas de aparência semelhante.

A defesa e especialistas jurídicos sustentam que o procedimento foi irregular e que o reconhecimento nessas condições pode provocar erros judiciais. O Superior Tribunal de Justiça já entende que provas desse tipo são inválidas.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) declarou que enviou dois ofícios à casa noturna solicitando imagens e documentos, mas ainda não obteve retorno. Mesmo assim, não explicou por que Isaac foi preso sem provas materiais além do reconhecimento à distância.