O crime ocorreu em 1º de janeiro -

Indígena Yanomami é preso sob suspeita de envolvimento em estupro coletivo e feminicídio

A polícia deteve nesta semana um dos acusados de participar do estupro coletivo e assassinato da agricultora Rosimar dos Santos Oliveira, de 45 anos, indígena da etnia Baré. O crime ocorreu na noite de 1º de janeiro, em Barcelos (AM), e o corpo da vítima foi localizado dois dias depois.

Foto: Reprodução

Sirrico Aprueteri Yanomami, de 19 anos, foi capturado pelas forças de segurança do Amazonas, com apoio da Força Nacional, na última terça-feira (07/01). Ele estava escondido em uma comunidade indígena junto com Sandoval Aprueteri, que também foi preso por auxiliar na fuga do suspeito.

Os indígenas Yanomami da comunidade colaboraram com a polícia na captura dos envolvidos. Sirrico foi transferido para uma penitenciária em Manaus no mesmo dia em que foi detido. Ele também é investigado por um estupro ocorrido em outro estado, conforme apontam as apurações.

A polícia mantém uma força-tarefa para encontrar os outros envolvidos, Klesio Aprueteri Yanomami, de 25 anos, e um adolescente. Ambos são apontados como participantes no estupro e homicídio de Rosimar, segundo a Polícia Civil.

Os três acusados respondem pelos crimes de feminicídio, estupro coletivo e vilipêndio de cadáver, uma vez que o abuso continuou após a morte da vítima. O crime foi gravado com um celular, e o vídeo foi compartilhado em aplicativos de mensagens. A reportagem procurou a Defensoria Pública, responsável pela defesa dos suspeitos, e aguarda retorno.

Tensão entre etnias

O assassinato brutal de Rosimar impactou profundamente a comunidade de Barcelos (AM), um município situado a cerca de 400 km de Manaus, acessível somente por barco ou avião.

Organizações indígenas da região cobraram respostas das autoridades e realizaram uma passeata de protesto no último domingo (5/1), exigindo justiça e a punição dos culpados.

A Força Nacional foi enviada ao local um dia após o corpo ser encontrado. O Ministério da Justiça informou em nota que a situação gerou uma "tensão entre as etnias Yanomami e Baré".

No documento solicitando as prisões dos suspeitos, o delegado John Allan Cunha Castilho alertou para o risco de aumento da violência.

“Tem-se ainda a forte possibilidade de revanchismo entre as comunidades indígenas pela indignação caso os autores não sejam presos”, escreveu o delegado.

Crime após celebração

Rosa, como Rosimar era conhecida, foi morta em uma área de matagal na zona urbana de Barcelos enquanto retornava de uma festa pela posse do prefeito Radinho (União). Ela foi atacada, imobilizada e esfaqueada ao tentar resistir à violência sexual.

Perto do corpo de Rosimar, foi encontrada uma bolsa contendo salgadinhos da festa. Rosa deixou sete filhos.

Em nota, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) repudiou o crime contra Rosimar e informou que está prestando apoio à família da vítima.

“A autarquia indigenista e demais instituições competentes estão trabalhando para garantir que os suspeitos sejam responsabilizados e para que a família da vítima receba o suporte socioassistencial e psicológico adequado às suas especificidades étnicas”, escreveu.

Ainda na nota, a Funai enfatizou que a violência contra mulheres e meninas não pode ser banalizada nem usada como justificativa para discriminar grupos étnicos minorizados.

Fonte: Metrópoles

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