100 estruturas clandestinas -

Governo Federal desmonta estrutura do garimpo ilegal na Terra Yanomami com ofensiva de 20 dias

Entre os dias 9 e 29 de junho, a Operação Asfixia intensificou o combate ao garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Yanomami (TIY), em Roraima. A ofensiva, coordenada pela Casa de Governo da Presidência da República, resultou na destruição de mais de 100 estruturas clandestinas, no bloqueio de rotas de abastecimento e na neutralização de duas aeronaves envolvidas com a atividade ilegal.

Com participação de diversos órgãos federais — como a Força Nacional de Segurança Pública, Ibama, Funai, PRF, ANAC, ANTT e Polícia Judiciária —, a operação concentrou esforços nas áreas mais críticas da TIY. A base principal foi montada na pista do garimpo do Rangel, de onde partiram missões aéreas, fluviais e terrestres. Simultaneamente, o Comando Conjunto Catrimani II patrulhou o rio Uraricoera, importante via usada pelos garimpeiros.

Entre os principais alvos atingidos estão as pistas clandestinas Mukuin e Noronha, utilizadas como pontos logísticos para transporte de insumos e minério. Também foi bloqueado o rio Couto Magalhães, rota fluvial estratégica usada pelos invasores.

No total, 80 alvos foram fiscalizados, resultando na destruição de:

14 acampamentos

67 barracos

12 cozinhas

6 geradores

2 quadriciclos, 1 motosserra e outros equipamentos

1.500 metros de mangueiras e 1.280 metros de fiação elétrica

630 quilos de alimentos e 44 litros de bebidas alcoólicas

5 antenas Starlink, 13 rádios e baterias, além de armamento e munição

Foram apreendidos mais de 400 litros de combustível, 15 gramas de ouro, 600 gramas de mercúrio e 29 unidades de cianeto, substâncias tóxicas usadas na extração mineral.

Logística aérea sob pressão

A Força Aérea Brasileira (FAB), como parte da Operação Ostium, interceptou uma aeronave sobrevoando a TIY sem autorização. O piloto realizou pouso forçado e abandonou o avião, que transportava cassiterita ilegal. O suspeito foi capturado e entregue à Polícia Federal. Esta foi a segunda aeronave neutralizada na operação, enfraquecendo a logística aérea do garimpo ilegal.

Foto: Reprodução/ Agência Gov.

Fora da TIY, a ANAC inspecionou 33 aeronaves em vilas próximas, como Samaúma e Campos Novos, regiões identificadas como pontos de apoio ao garimpo. Moradores locais têm demonstrado crescente rejeição à presença dos invasores e colaborado com as autoridades.

Ações paralelas ampliam cerco

Outras operações complementares foram realizadas para desarticular o abastecimento do garimpo. Em Boa Vista, o Ibama e a PRF apreenderam 3.080 litros de combustível estocado ilegalmente. Na Vicinal 06, veículos transportando combustível e alimentos de forma irregular foram interceptados.

As Forças Armadas da Venezuela também contribuíram com a pressão regional ao destruir oito aeronaves em território venezuelano, na área do garimpo Taboca, próxima à fronteira com o Brasil.

Operação avança, mas permanência é essencial

Para o governo federal, a Operação Asfixia representa um marco na estratégia de desmantelamento das estruturas do garimpo ilegal. A avaliação é que a presença permanente das forças em campo é fundamental para consolidar a desintrusão da Terra Yanomami.

Já estão em planejamento novas fases da operação, que devem incluir monitoramento por satélite, rastreamento de redes financeiras envolvidas na atividade ilegal e ações contínuas em pontos estratégicos. O objetivo é impedir a reocupação e garantir a proteção definitiva do território indígena.

Fonte: Agência Gov

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