
Ex-diretora de presídio é investigada por facilitar fuga de 16 detentos na Bahia
As investigações sobre a fuga de 16 detentos do Conjunto Penal de Eunápolis, ocorrida em 12 de dezembro de 2024, revelaram indícios de participação da então diretora da unidade, Joneuma Silva Neres, de 33 anos. Segundo apurações da polícia e do Ministério Público, a gestão da ex-diretora apresentava diversas irregularidades que podem ter contribuído diretamente para a ação criminosa.

Depoimentos colhidos com internos apontam que Joneuma mantinha um relacionamento amoroso com um dos fugitivos, Ednaldo Pereira Souza, conhecido como Dadá. Ele é apontado como líder do Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), facção que atuava dentro e fora do presídio. A proximidade entre os dois teria favorecido o planejamento da fuga em larga escala.
Além da relação pessoal com Dadá, há suspeitas de que Joneuma concedia regalias frequentes aos integrantes da facção, como acesso a celulares, visitas íntimas fora das normas e liberação de áreas restritas da unidade. Essas facilidades teriam sido fundamentais para a organização da fuga, que ocorreu sem resistência e em tempo recorde, segundo relatórios da inteligência penitenciária.
A ex-diretora foi afastada do cargo dias após o episódio e, atualmente, responde a um inquérito que investiga corrupção, facilitação de fuga e associação criminosa. As autoridades ainda buscam localizar os foragidos, dos quais apenas cinco foram recapturados até o momento. O caso expôs falhas graves na segurança da unidade e colocou em alerta o sistema prisional da Bahia.