
Empresário é condenado a 26 anos por lavar dinheiro para o PCC por meio de contratos públicos
O empresário e músico Vagner Borges Dias, conhecido como Latrell Brito, foi condenado a 26 anos e 8 meses de prisão por crimes relacionados à lavagem de dinheiro, fraude em licitações e associação ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A sentença foi proferida na segunda-feira (30), pelo juiz Antônio Augusto Mestieri Mancini, da 2ª Vara Criminal de Mogi das Cruzes.
De acordo com o Ministério Público de São Paulo, Latrell liderava um grupo de empresas utilizadas para fraudar contratos com prefeituras e câmaras municipais, movimentando altos valores em nome da facção criminosa. A investigação apontou uso de documentos falsos, contas bancárias de terceiros e divisão de transferências para evitar a detecção por órgãos de controle financeiro. Com informações de Metrópoles.
Durante as apurações, a Justiça determinou o confisco de imóveis adquiridos com recursos ilícitos, localizados em Suzano, Guarulhos e Mogi das Cruzes. Esses bens seguem bloqueados e podem ir a leilão caso a defesa não consiga reverter a condenação em instâncias superiores.
Latrell foi preso em flagrante em janeiro deste ano, em Arembepe (BA), após meses foragido e usando documentos falsificados. As investigações começaram com a Operação Munditia, do Ministério Público, que revelou os vínculos entre o empresário e lideranças do PCC. O condenado chegou a ser alvo de três mandados de prisão preventiva em 2023.

O empresário também ostentava rotina de luxo nas redes sociais, com viagens ao exterior, veículos de alto padrão e menções a gastos elevados, como o planejamento de destinar R$ 1 milhão à faculdade da filha. Interceptações telefônicas mostraram ainda ameaças e discurso violento envolvendo armamentos registrados como CAC (Caçador, Atirador e Colecionador).
O Ministério Público destacou que o envolvimento de Latrell com a organização criminosa não se limitava ao enriquecimento pessoal, mas visava garantir a atuação do PCC por meio de contratos públicos fraudados, financiamento de políticos locais e intimidação de adversários.