
Criminosos usam fardas da PM para executar vítimas e confundem investigações
Na manhã desta quinta-feira (10/04), a Polícia Civil do Paraná deflagrou uma operação que desmontou uma quadrilha responsável por uma série de crimes brutais, marcados por sequestros, torturas e execuções sumárias. O diferencial? Os criminosos agiam vestidos com fardas policiais e balaclavas, numa tentativa clara de simular operações oficiais e mascarar suas ações violentas.
A investigação revelou que o grupo utilizava trajes idênticos aos das forças de segurança para facilitar abordagens e coagir as vítimas, muitas delas escolhidas a dedo por motivos ainda em apuração. Os crimes eram cometidos com alto grau de crueldade, e há indícios de ligações com execuções por encomenda.
Ao todo, 80 policiais civis foram mobilizados para cumprir 11 mandados de busca e apreensão em diferentes endereços ligados aos investigados. A megaoperação teve como foco o desmantelamento completo da estrutura criminosa, que vinha atuando com alto nível de organização e violência.
Durante as buscas, foram apreendidos fardamentos completos da polícia civil, balaclavas, armas de grosso calibre e celulares com imagens comprometedoras. A autenticidade dos materiais está sendo periciada, mas os investigadores já tratam o caso como um ataque direto à credibilidade das instituições de segurança pública.
O uso de símbolos do Estado para fins criminosos não só dificulta o trabalho policial como mina a confiança da população nas forças de segurança. Essa apropriação da estética da autoridade por grupos criminosos vem se tornando cada vez mais comum em esquemas ligados a milícias, facções e grupos de extermínio.
A polícia continua investigando possíveis ramificações da quadrilha e não descarta o envolvimento de agentes públicos. A operação é considerada um passo importante para impedir que o aparato visual do Estado continue sendo utilizado como disfarce para a barbárie.