Morto a tiros em 14 -

Agiota investigado por desvios em emendas foi morto a tiros em 2024

O empresário Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como 'Pacovan', foi morto a tiros em 14 de junho de 2024 em um posto de gasolina na cidade de Zé Doca, a cerca de 300 km de São Luís, capital do Maranhão.

Foto: ReproduçãoReprodução

Pacovan era citado nas investigações da Polícia Federal (PF) e na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE), relacionados a um esquema de desvios de emendas parlamentares.

Investigação e prisões

As autoridades suspeitam que o assassinato tenha sido encomendado por uma ex-sócia de Pacovan e seu marido. O casal foi preso um mês após o crime, enquanto estava hospedado em um hotel em São Luís. Posteriormente, em 8 de agosto, a polícia do Maranhão prendeu mais um suspeito de envolvimento no crime, localizado no Ceará, sob a suspeita de ameaçar testemunhas.

Pacovan e o esquema de corrupção

De acordo com a PGR, Pacovan teve um papel central nos desvios de emendas parlamentares que resultaram nas denúncias contra os deputados. Ele teria sido encarregado por Maranhãozinho para negociar propinas com o prefeito Eudes Sampaio Nunes, de São José do Ribamar (MA), em troca da liberação de recursos federais.

“A incumbência inicial foi entregue ao agiota Josival Cavalcanti (Pacovan), com quem Josimar Maranhãozinho já mantinha contato desde o início das articulações em favor do município de São José do Ribamar/MA. Em um dos diálogos, Pacovan sugere, inclusive, que destine ao município a maior quantidade possível de recursos”, afirma a PGR.

Relatório da PF

A Polícia Federal apontou que Pacovan era responsável pela parte operacional e financeira da organização criminosa.

“Ele emprestava dinheiro ao grupo e cobrava dos prefeitos a devolução de parte dos recursos federais desviados, utilizando até mesmo subordinados armados para pressioná-los”, descreve o relatório da PF.

As investigações também revelaram diversas mensagens entre Pacovan e Josimar Maranhãozinho, reforçando a proximidade entre os dois.

“Diante da quantidade, da robustez e da coesão dos elementos de prova colhidos, inclusive por meio de fontes independentes, não restam quaisquer dúvidas quanto à participação do deputado federal Josimar Maranhãozinho nas condutas criminosas”, afirma a PF no documento.

Em uma das mensagens interceptadas, Pacovan detalha a intermediação do deputado Pastor Gil com o prefeito de São José do Ribamar.

“Eu falei com o Pastor, ontem à noite, pessoalmente. Ele disse que conversou com o prefeito ontem. E o prefeito disse para ele que hoje diria o horário que iria sentar. Entendeu? Esperar, né? Se Deus quiser, vai dar certo. Entendeu? Só depende do Pastor dar uma pressãozinha lá, que ele é meio descansado”, afirmou Pacovan.

A investigação segue em andamento, e as autoridades continuam reunindo provas sobre os mandantes e envolvidos no crime.

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