Operação Cyberstalking -

Advogado persegue ex e ignora tornozeleira 67 vezes antes de ser preso

O advogado Paulo, 41 anos, foi preso após protagonizar uma verdadeira maratona de violações ao monitoramento eletrônico: foram 67 infrações em apenas 116 dias, mais de uma violação a cada dois dias.

Acusado de extorsão, ameaça e stalking (perseguição) contra sua ex-namorada, uma dentista e professora universitária, Paulo Valente ignorou descaradamente as condições impostas pela Justiça. A prisão aconteceu no dia 26 de junho de 2024, no bairro Costa Azul, em Salvador, como parte da Operação Cyberstalking.

Segundo a Polícia Civil, o advogado não só perseguiu fisicamente a vítima, mas também orquestrou uma rede de perfis falsos e números de telefone usados para difamá-la, ameaçá-la e fazer falsas denúncias. A estratégia era clara: tentar destruir a vida da ex-companheira enquanto posava de cidadão de bem sob monitoramento.

Foto: ReproduçãoReprodução

A Justiça baiana não hesitou, negou o habeas corpus e mandou o advogado direto para o presídio de Vitória da Conquista. A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia também reagiu, suspendendo preventivamente seu registro profissional por 90 dias.

O caso escancara a fragilidade do sistema de proteção às vítimas. Quando um acusado viola as regras de monitoramento eletrônico 67 vezes sem resposta imediata, fica evidente que o recurso tem funcionado mais como formalidade do que como ferramenta de contenção real.

Com Paulo Valente agora preso, o episódio expõe a lentidão da reação judicial diante de sinais claros de descumprimento. A tornozeleira, que deveria impor limites, acabou sendo tratada como um adereço ignorado por quem deveria respeitá-la.

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