Eleição governamentais -

Wellington Dias lidera com folga porque fala direto com o povo piauiense, mas...

Estamos na semana de divulgação de uma série de pesquisas do BrVox. O 180 mostrou a intenção de votos para governo ontem. O governador Wellington Dias aparece muito bem em todas as simulações. O petista está com 49,08% das intenções de voto, com boa vantagem do segundo colocado, o prefeito de Teresina Firmino Filho (PSDB), que somou 9,31%. O terceiro melhor na pesquisa é o ex-governador Wilson Martins (PSB), somando 5% das intenções de voto entre os 1.300 entrevistados. Depois aparecem outros possíveis candidatos.

No confronto direto, a vantagem de Wellington Dias também é larga. Numa simulação de confronto com o prefeito de Teresina, os números são:
Wellington Dias 58,69%
Firmino Filho 18%

Outro confronto simulado:
Wellington Dias 61,54%
Silvio Mendes 13,31%

No confronto com o ex-governador Wilson Martins, os números são:
Wellington Dias 61,31%
Wilson Martins 12,08%

Evidente que com o aproximar do período eleitoral, esses números não permanecerão tão benéficos a Wellington Dias. E a campanha de 2018 não será um passeio como foi a de 2014, nem terá a facilidade que os atuais números do BrVox demostram.

Mas uma afirmação pode ser feita sem a necessidade de pesquisas para seu embasamento: Wellington Dias e o povo do Piauí se entendem. O menino que queria ser vaqueiro está no seu terceiro mandato de governador e as condições para um histórico quarto mandato, estão colocadas.

O piauiense entende que Wellington Dias tem um projeto de desenvolvimento para o estado e que, se mais não faz, é pelas condições dadas e não pela falta de compromisso do governador para com o Piauí.

Tal qual Lula, no plano federal; Wellington Dias desenvolveu, também, um modo próprio de falar direto com o povo piauiense, dispensando intermediários. Isto explica muito de sua performance junto ao eleitorado do Piauí.

E é isto que intriga este blogueiro.

Com esta ligação direta que tem com o piauiense, Wellington Dias não precisaria estar “terceirizando” tanto o seu governo. O fato de lotear seu secretariado com deputados eleitos, enchendo a Assembléia Legislativa de suplentes, mais cedo ou mais tarde, cobrará alto, uma conta, àquele que, quando desempenhou mandato naquela casa, tanto criticou “a política dos suplentes”.

E é bom fazer um paralelo com a política nacional do PT.

Lula foi eleito presidente da República com amplo apoio popular mas envaideceu-se com o contado direto com a elite brasileira (entre outras coisas, indo à bancada do Jornal Nacional dar entrevista exclusiva logo após ser eleito) e, em 2005, não foi deposto, por pouco. Parece que entendeu o recado e voltou a dialogar, novamente, direto com o povo, sem intermediários.

Dilma também foi eleita com respaldo popular e, na hora da crise, achou que resolveria a questão nomeando o banqueiro Joaquim Levi e dando asas a ações liberais. Dilma não conseguiu reverter a situação. Golpeada, arrancaram-lhe o poder emanado do voto popular. E quem arrancou? Entre outros atores, parlamentares da dita base aliada.

As lideranças petistas (Lula, Dilma, Wellington e outros) precisão engrossar o discurso político. Alianças, sim! Baseadas em programas políticos. Sustentadas por cargos, não! Salamaleques com a elite, de modo algum. Quem é eleito pelo Partido dos Trabalhadores deve satisfação ao povo (pobre, sofrido, oprimido, excluído).

Diz um ditado popular que a vaca holandesa é uma das que mais dá leite. Mas que em muitas ocasiões, depois da ordenha, dá um coice no grande balde de leite, entornando toda a produção. E ai? De que adiantou ser a campeã de leite?

O Partido dos Trabalhadores vai ganhar quantas eleições e quanto leite vai derramar?

 

Fonte: None

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