A esquerda se une? -

Setores de esquerda querem que o PT abra mão de sua grandeza, das pesquisas e de Lula, pela unidade

De janeiro para cá, quando Lula foi julgado pelo TRF4 e, principalmente, depois de sua prisão em abril, setores da esquerda brasileira tem insistido na tese da unidade para derrotar a direita. Primeiro disseram que a ameaça era Bolsonaro e, agora, falam da "força" de um Alckmim.

Os partidos estão divididos. Mas dividida também está a blogosfera progressista. O site Brasil 247 perfila do lado da tese petista da candidatura de Lula, assim também, o site Tijolaço e outros mais. Adotaram a bandeira de Ciro Gomes, o site Conversa Afiada e O Cafezinho. Diariamente uma matéria dando uma estocada no PT e outra valorizando ações de Ciro Gomes. 

Os candidatos.

Quando o Ciro Gomes (PDT) se refere ao PT/Lula é com a delicadeza de um elefante numa sala de cristais.

Manoela D'Avila (PCdoB) é quem mais apregoa a unidade. Faz o discurso mas não sugere como deve ser a chapa unitária. E, se Lula, a convidar para ser vice, esquece esta história de unidade.

Guilherme Boulos (PSOL) segue fazendo sua campanha solo. Diferentemente do PT/Lula não é cobrado pelos defensores da unidade de esquerda. Eles só tem olhos para o PT/Lula. 

O PSB é uma divisão só, na cúpula e na base. Antes de pensar na unidade da esquerda tem que pensar na sua própria unidade.     

Esta semana, organizações de estudantes e de professores lançaram um manifesto em favor da união da esquerda. Quando voce vai dar uma olhada em quem assinou o documento vê um grande numero de integrantes do PCdoB. Na lista, ressalto, os nomes de dois piauienses: Dalton Macambira e Manoel Domingos (na realidade um cearense, mas que foi deputado pelo Piauí e tinha filiação ao PCdoB local).

Eu tambem sou favoravel a uma unidade da esquerda. Diferentemente de alguns que andam escrevendo sobre unidade sem propor nomes, eu o faço. A unidade deveria se dar em torno do nome de Lula, ou, em sua impossibilidade extrema, em torno do nome de quem ele indicar.

Justifico isso (com o auxilio de Gustavo Conde) afirmando: o PT é bom de eleições. Tem vocação, tem tesão, tem conhecimento, tem valor agregado, tem experiência e tem Lula - o cara da politica. Lula tem 41% de intenção de voto e lidera o processo eleitoral. Esses 41%, no entanto, são apareceram do nada. Foi o trabalho do partido (os atos pela democracia, as entrevistas, as caravanas, o debate) que possibilitou esse cenário. Lula surfa em todo esse panorama eleitoral favorável a ele e às esquerdas, porque ele está conectado com o debate real que se desenrola no país e que não está na grande imprensa (está na blogosfera). Essa é a diferença de Lula e dos outros. Além da inteligência, ele tem a visão de conjuntura mais refinada e calibrada da cena político-eleitoral e isso há mais de 30 anos.

Desculpa, companheiros da esquerda, mas querer desprezar tudo isso e botar o PT e o prestigo de Lula, por alguem que hoje nao consegue chegar a dois digitos de preferecnia populr, como Ciro Gomes, nao da. Precisa crescer e aparecer. 

A seguir o blog transcreve dois artigos para que o leitor tenha uma ideia do debate:

UNE, UBES, ANPG E PROFESSORES LANÇAM MANIFESTO EM FAVOR DA UNIÃO DA ESQUERDA

Povo brasileiro: Carta aberta aos presidentes/as do PT, PDT, PSB, PCdoB e PSOL

“Vamos
Levantar a bandeira da fé
Não esmoreçam e fiquem de pé
Pra mostrar que há força no amor
Vamos
Nos unir que eu sei que há jeito
E mostrar que nós temos direito
Pelo menos a compreensão
Senão um dia
Por qualquer pretexto
Nos botam cabresto e nos dão ração (…)
Pra lutar pelos nossos direitos
Temos que organizar um mutirão
E abrir o nosso peito contra a lei
Do circo e pão (…)
Por isso nós vamos”
Bandeira da Fé (Zé Catimba e Martinho da Vila)

 

Esta carta é um chamado às direções do PT, PDT, PSB, PCdoB e PSOL, tendo em vista a urgência da união de forças políticas e sociais interessadas em fazer da eleição outubro próximo um instrumento legítimo para o restabelecimento do Estado Democrático de Direito em nosso país.

O povo brasileiro tem sofrido muito com as políticas austeras de um governo sem legitimidade. O desemprego, a retirada de investimentos em saúde e educação impostos pela Emenda Constitucional 95 e a entrega do patrimônio brasileiro ao capital estrangeiro, através do acelerado programa de privatizações, são assombros para todos que sonham com a construção de um Brasil democrático, justo e soberano. A condenação e prisão sem provas do ex-presidente Lula é o maior símbolo desse tempo de injustiças que vivemos.

No dia 15 de agosto encerra-se o prazo para o registro das candidaturas presidenciais. Dois rumos se apresentam nessa intensa disputa política, o Brasil vive uma encruzilhada. De um lado, o avanço do projeto neoliberal, marcado pelo desmonte do Estado Nacional, comprometido com os interesses do rentismo, com viés autoritário e antipopular. De outro, a possibilidade da união de todos os interessados em interromper esse ciclo e garantir, através da vitória nas urnas, a reconstrução do país, com foco no fortalecimento da democracia, na retomada do crescimento econômico, da geração de empregos e na ampliação dos investimentos públicos em saúde, educação e ciência e tecnologia.

A complexidade do cenário político requer um olhar atento e prioritário para as dificuldades pelas quais nossa gente tem passado. Interesse de nenhum partido, ou postura hegemonista de qualquer tipo, podem ser empecilho para a construção da única saída que tem o povo brasileiro: a unidade! Nunca a máxima “o povo unido jamais será vencido” foi tão verdadeira. Precisamos dar as mãos para construir uma nova página na história do Brasil.

Não podemos ficar paralisados diante da iminência de um segundo turno em que as duas faces da mesma moeda estejam representadas. E só há um caminho para evitar esse cenário desastroso: A UNIDADE DO CAMPO PROGRESSISTA.

É nesse sentido que os signatários desta carta fazem um chamado a um entendimento entre as direções do PT, PDT, PSB, PCdoB e PSOL no sentido da construção de uma chapa única já no primeiro turno das eleições. Juntos, Lula (PT), Ciro (PDT), Manuela D´Ávila (PCdoB) e Guilherme Boulos (PSOL) somam mais de 40% das intenções de voto em todas as pesquisas e podem constituir um bloco de forças políticas e sociais capaz de vencer as eleições e de devolver a esperança de um novo futuro.

A construção dessa unidade certamente entrará para a história como um gesto de grandeza das forças políticas envolvidas em benefício da democracia e da conquista de uma vida digna ao povo brasileiro. Ainda há tempo para viabilizar esta união. Falta agora o compromisso destes partidos e pré-candidatos para que ela se realize.

Assinam esta carta:

Marianna Dias – Presidenta da UNE
Pedro Gorki – Presidente da UBES
Flávia Calé – Presidenta da ANPG
Ennio Candotti – Presidente de Honra da SBPC e diretor do Museu da Amazônia.
Otávio Velho – Professor Emérito de Antropologia Social da UFRJ.
Sidarta Ribeiro – Prof. Titular de Neurociências da UFRN e Diretor da SBPC.
Armando Boito – Unicamp.
Benedito Tadeu César – Professor de Ciência Política da UFRGS
Dermeval Saviani – Prof Emérito da Unicamp
Guilherme Estrela – Geólogo e ex-diretor da Petrobras.
Leda Paulani – Professora da Faculdade de Economia e Administração da USP
Maria Victoria de Mesquita Benevides – Profª Titular da USP
Olival Freire – Universidade Federal da Bahia.
Márcio Florentino – Diretor da ABRASCO
Nilton Brandão – Presidente do PROIFES
Antonio Guedes Rangel Junior – UEPB
Manuel Domingos Neto – UFF
Renato Rovai – Editor da revista Fórum;
Inácio Carvalho – Editor do site Vermelho
Miguel do Rosário – Editor do blog Cafezinho;
Alessandro de Azevedo -Prof. associado do Centro de educação da UFRN
Alfredo Macedo Gomes – UFPE – Diretor do Centro de Educação da UFPE
Allan Kardec Barros Duailibe – Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFMA
Ana Carolina Galvão Marsiglia. PPG em Educação da UFES.
Andrey Lemos- Presidente da UNA LGBT.
Anna Paula Avelar – UFRPE
Antonio Carlos Miranda – Departamento de Física – UFRPE.
Antonio Luiz Caldas Junior – Prof. da Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp
Arine Lyra -UPE
Bernadete Campos -UPE
Carla Liane N dos Santos: Profª do Departamento de Educação e da UNEB
Carlos Roberto Jamil Cury – PUC Minas
Cássia Damiani Professora Adjunta do Instituto de Educação física e Esportes da UFC.
Cátia Maria Justo – Prof. da Universidade Federal de Sergipe
Celina Alves Arêas Secretaria da Mulher Trabalhadora CTB Nacional
Claudio André de Souza – Professor de Ciência Política da UNILAB
Conceição Fornasari – Prof.a da Unimep e diretora do Sinpro Campinas e da Fepesp.
Dalton Melo Macambira – UFPI
Daniela Borges Pavani – Profa. Adjunta IF/UFRGS, Diretora do Planetário da UFRGS
Edilson Fernandes de Souza – Prof. Educação Física da UFPE
Edsaura Maria Pereira – UFG – Vice-diretora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública
Elias Ramos de Sousa – Instituto Federal da Bahia
Elisangela Lizardo – IFSP – Secretária Regional da SBPC SP área II
Enio Pontes – Professor da Universidade Federal e Presidente da ADUFC Sindicato
Ernani Martins -UPE
Fábio Palácio de Azevedo – Prof. De Comunicação da UFMA
Fernando Birello de Lima – Universidade do Estado de Mato Grosso/UNEMAT
Fernando Nascimento – UFPE – 1° vice-presidente da ADUFEPE
Flávio Alves da Silva – UFG – Presidente do ADUFG Sindicato; Tesoureiro do PROIFES
Francisco Sales – FACED-UFC.
Francisco Wellington Duarte – UFRN; Presidente do ADURN SINDICATO e da CTB-RN
Genylton Odilon Rêgo da Rocha – Professor Associado da UFPA e Secretário Regional da SBPC
Geovana Reis – UFG – Diretora da ADUFG
Giovana Ferreira Mendes – Professora do IFMT
Gustavo de Faria Moreira Teixeira – Prof. de Direito Constitucional da Universidade de Cuiabá.
Haroldo Amaral -UPE
Helena Costa Lopes de Freitas – Profa Aposentada – Unicamp
Helena Serra Azul – Profª UFC e Vice-Presidente da ADUFC Sindicato
Helio de Mattos Alves – Faculdade de Farmácia da UFRJ
Heloísa da Silva Borges – UFAM
Ilka Bichara – UFBA
Izabela Avelar – UPE
Jane Felipe Beltrão – Profª Titular em Antropologia UFPA.
João Batista de Deus – UFG / IESA – Diretor da ADUFG
João dos Reis Silva Júnior – UFSCar
José Arnor de Lima Júnior -Prof do Departamento de Psicologia da UFPE
Jose Audisio Costa prof. UFPE; Tesoureiro da ADUFEPE.
José Carlos Padilha Arêas – Diretor da Contee e Sinpro Minas
José Claudinei Lombardi – Prof Titular da Faculdade de Educação da Unicamp
José Edeson de Melo Siqueira – Professor da UFPE e Presidente da ADUFEPE
José Gerardo Vasconcelos – Prof. titular da FACED/UFC.
José Luiz Alves, prof. da Universidade de Pernambuco -UPE. Presidente da Fundação Maurício Grabois – seção PE.
José Luiz Quadros de Magalhães – Professor de Direito PUC Minas e UFMG
Juarez Pereira Furtado – Dep. Políticas Públicas e Saúde Coletiva – Unifesp – Professor Associado
Juliana Alves de Araújo Bottechia -UEG.
Karl Schurster Veríssimo de Sousa Leão – coordenador das graduações – PROGRAD – UPE.
Lia Tiriba – Universidade Federal Fluminense
Lúcia Rincon – PPGE / PUC Goiás – Diretora da APUC e do Centro Popular da Mulher/UBM Goias
Luciano Moreira Rezende – Prof adjunto do Instituto Federal Fluminense
Luiz Bezerra Neto – UFSCar.
Luiz Eduardo Motta – Prof. Associado UFRJ
Madalena Guasco Peixoto – Diretora da Faculdade de Educação da PUC SP
Marcelo Fernandes – Prof. titular da faculdade de economia da UFRRJ
Marcos Francisco Martins – UFSCar Sorocaba.
Marcos Lopes de Souza – Prof. Titular da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Maria Auxiliadora Campos – Universidade de Pernambuco/UPE
Maria do Carmo Barbosa – UPE
Maria do Carmo Luiz Caldas Leite – UNISANTOS
Marilane Alves Costa – Professora do IFMT
Maristela Abadia Guimarães – Professora do IFMT
Mary Garcia Castro – UFBA, UESB -PPGREC e pesquisadora da FLACSO-Brasil
Mauro Castelo Branco de Moura – Professor Titular do Departamento de Filosofia da UFBA
Meire Rose – Professora da UFMT
Nereide Saviani – Diretora de Formação da Fundação Maurício Grabois.
Nilson Weisheimer – Prof. Associado da UFRB; Prof. Permanente do PPGCS/UFRB
Olgamir Amancia Ferreira – Universidade de Brasília _UnB
Patrícia Nogueira – Professora da UFMT
Paulo Bretas Vilarinho Junior – Prof. de Psicologia – FAETERJ Duque de Caxias
Pedro Luiz Teixeira de Camargo – Prof. de Economia Ambiental CEAD/IFMG Campus Ouro Preto
Raquel de Almeida Moraes – Universidade de Brasília
Reinaldo de Lima Reis Júnior – IFG
Ricardo Demétrio S. Petersen – Prof. da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança da UFRGS
Ricardo José Araújo Miranda – Prof. do IFPE/Vitória de Santo Antão.
Ricardo Moreno – UNEB
Robervam de M. Pedroza – Prof. IFPE Campus Pesqueira
Romualdo Pessoa Campos Filho – UFG/IESA – Ex presidente da ADUFG
Sérgio Mário Lins Galdino – Prof. UPE e UNICAP – Diretoria do Sinpro-PE e Aducape
Sergio Sebastião Negri – Professor Depto de Geografia-UFMT de Rondonópolis.
Sheler Martins de Souza – Prof. IFF – campus Bom Jesus do Itabapoana, RJ.
Sônia Selene Baçal de Oliveira – Profa. Associada da UFAM
Thaís Brazil – Profª de Direito
Valter Duarte Ferreira Filho – Professor Associado da UFRJ
Wellington Pinheiro dos Santos – Departamento de Engenharia Biomédica da UFPE

 

A quem interessa uma união que não seja em torno de Lula/PT?

Por Thaís S. Moya

A Esquerda brasileira beira a histeria coletiva quando torna o projeto da união da mesma em problema. Não há problema, há solução, apenas. Lula tem quase 40% da intenção dos votos. O PT é o partido preferido da maior parte da população, à frente da soma de todos os outros partidos. Tudo isso depois de um monstruoso ataque golpista que tentou destruí-los.

Lula, em cárcere ilegal, está nitidamente 100% dedicado ao seu plano de governo, tem lido e estudado muito, também está cuidando de sua saúde com exercícios diários. Ele não é irresponsável, megalomaníaco ou ingênuo, pelo contrário, é um gênio político e certamente está calculando cada passo que dá e orienta a ser dado.

O povo brasileiro, principalmente o mais pobre, está dando uma aula magistral de Política, apontando, a cada pesquisa eleitoral, sem hesitação, o caminho a ser seguido. Há quase dois meses, vemos uma crescente de Lula, a queda de Bolsonaro e a paralisia do restante. Quem hesita são caciques partidários e a intelectualidade. Os primeiros porque defendem seus interesses e valores ideológicos. Já os intelectuais esquerdistas parecem ser incapazes de superar o ranço colonizador de suas formações, insistindo na prerrogativa de apenas ensinar e ditar, mesmo que contra os fatos.

O gatilho da histeria foi a união da Direita em torno de Alckmin, que ainda nem se oficializou, pois muita chantagem ainda vai rolar naquele covil, vide a demanda do Paulinho da Força acerca da volta do imposto sindical. Não há respaldo para afirmar que essa “união do mal” vai alavancar a candidatura tucana que, a dois meses e meio do pleito, sequer bateu 5% de intenção de votos. Assim como subestimaram Lula e o PT, parece haver uma superestima do PSDB.

Nos últimos cinco anos, testemunhamos um tsunami político-institucional e a população não passou ilesa. O golpe foi forjado por meio do ódio e asco, o primeiro direcionado para Esquerda e o segundo para classe política, principalmente às figuras mais conhecidas e citadas em escândalos de corrupção.

Por mais que a mídia hegemônica (Globo, Folha, Veja e Cia) tenha blindado Alckmin, não foi possível mantê-lo imaculado. O escândalo da merenda, a truculência com que tratou os estudantes secundaristas, em 2016, e seu apelido de “Santo” nas planilhas de propinas da Odebrecht tornaram sua imagem asquerosa para 69% da população.

Não há tempo de TV, conluio de pastores e caixa 2 que revertam isso em 70 dias. Caso consigam tamanha façanha, a briga direta será pela segunda colocação contra Bolsonaro (se ele, de fato, se candidatar) e Marina.

Se houver segundo turno, uma vaga já é de Lula ou de sua indicação, e ambos têm um único signo no imaginário social: 13. E essa é a resposta óbvia dessa falsa problemática em torno da cabeça de chapa da Esquerda. Não há tempo hábil para emplacar outra legenda/número que não o “13”.

Resta a reflexão: a quem interessa insistir numa união da Esquerda que não seja em torno do PT? Por que bancarmos doutrinadores quando quase metade do Brasil tem insistido, apesar de tudo, na opção “Lula/PT? Não é hora de criar problema que não existe. Hesitar diante do óbvio fortalece apenas a Direita. Foquemos no 13.

 

Thaís S. Moya é socióloga, pós-doc em Ciências Sociais (Unicamp)

 

 

 

 

 

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