Fundador do PT -

Antônio Jose Medeiros comemora 68 anos exaltando a vida com poetas e poesias

Esta semana, Antonio José Medeiros completou 68 anos e teve festa. Festa para comemorar sua vida e seu retorno à militância orgânica do Partido dos Trabalhadores. 

PT, que Antonio José Medeiros fundou no Brasil e no Piauí. 

Em 1980, o PT foi fundado por um grupo heterogêneo, formado por militantes de oposição à Ditadura Militar, sindicalistas, intelectuais, artistas e católicos ligados à Teologia da Libertação, foi no dia 10 de fevereiro, no Colégio Sion, em São Paulo. Ao lado de Lula, estavam Gaudêncio Leal e Antônio José Medeiros, representando o Piauí.

Antônio José já foi vereador de Teresina (1989-1993), deputado estadual (2003-2007), deputado federal (2007-2011) e angariou junto a militância petista profundo respeito. 

Não pude faltar a sua festa, toda a reverência que pudermos fazer a AJM ainda será pouco. 

Nas comemorações de seus 68 anos, Antônio José saudou os presentes refletindo sobre o que é a vida. Esta foi sua fala: 

"Meus amigos e minhas amigas, companheiros e companheiras de viagem

Só pensava em fazer festa de aniversário daqui a dois anos, aos 70 anos de idade. Mas, a família e amigos resolveram fazer esse ano, aos 68. Com toda a sinceridade, não vejo a coisa só pelo clima pré-eleitoral; é também uma confraternização pela volta à militância política orgânica, isto é, partidária. Por isso quis que os nossos pré-candidatos e pré-candidatas e companheiros e companheiras estivessem aqui. E é sempre bom celebrar a vida. Essa volta está me fazendo bem. Tanto assim que, ao completar mais um ano, estou me sentindo mais novo: 6.8 turbinados.

As mesas de bar, para mim, sempre foram espaços de filosofar sobre a política e o futuro da humanidade. Por isso, me permitam começar filosofando. “Filosofar é aprender a morrer”. Michel de Montaigne escreveu que a frase é de Cícero; tem 2000 anos, portanto. Muitos acham que é dele mesmo; tem pelo menos 450 anos.

Ora digo eu do alto dos meus 68 anos: aprender a morrer é aprender a viver.

Cantar a beleza de ser um eterno aprendiz.

E a vida? E a vida o que é, diga lá, meu irmão?

Olha o Gonzaguinha aí. E nada melhor do que falar pela voz de dois poetas: Gonzaguinha que se foi cedo demais aos 47; e Chico Buarque que está ai com seus 7.3 turbinados. A música de Gonzaguinha é conhecida. O poema musical de Chico é o Homem de la Mancha, personagem central de Dom Quixote, livro de Miguel de Cervantes que publicou a segunda e a última parte do livro em 1615, quando tinham, vejam só: 68 anos. Ainda posso, pois, escrever um romance...

A vida é uma aprendizagem não só porque somos 'uma metamorfose ambulante', mas porque somos um caleidoscópio ambulante. Nossa mente se aventura pelos caminhos diversos, em momentos diferentes ou até no mesmo momento.

É por isso que Gonzaguinha mapeia as perguntas e as respostas mais diferentes sobre a vida:

1) Ela é a batida de um coração; a vida é viver.

2) Ela é uma doce ilusão?

3) Ela é maravilha ou é sofrimento?

4) Ela é alegria ou lamento?

5) Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo; é uma gota, é um tempo que nem dá um segundo.

6) Há quem fale que é um divino mistério profundo; é o sopro do criador numa atitude repleta de amor.

7) Você diz que é luta e prazer

8) Ela diz que melhor é morrer, pois amada não é, e o verbo é sofrer.

Epa! Oito versos.

Sempre desejada por mais que esteja errada,

Ninguém quer a morte, só saúde e sorte.

Por isso, vamos viver e não ter a vergonha de ser feliz.

Mas Gonzaguinha nos lembra

Somos nós que fazemos a vida, como der, ou puder, ou quiser.

Ou mesmo para além do que puder. Com a palavra Dom Quixote pela fala de Chico Buarque:

Sonhar Mais um sonho impossível
Lutar Quando é fácil ceder
Vencer O inimigo invencível
Negar Quando a regra é vender

Sofrer A tortura implacável
Romper A incabível prisão
Voar Num limite improvável
Tocar O inacessível chão

Costumo dizer que, após os 60 anos, a cada ano, não se comemora mais uma primavera e sim mais um outono. A primavera é a estação das flores; o outono é a estação dos frutos. Ora, enquanto os frutos não chegarem para saciar pelo menos a fome de todos e para acabar com a humilhação na relação entre as pessoas, o sonho precisa continuar sendo sonhado. Canto então:

É minha lei, é minha questão

Virar esse mundo, Cravar esse chão

Não me importa saber Se é terrível demais

Quantas guerras terei que vencer Por um pouco de paz

Não acredito num mundo perfeito, mas sei que é possível uma vida melhor:

Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será

Mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita e é bonita!

Talvez eu não veja os frutos que gostaria de partilhar com os homens e mulheres do Piauí e do Brasil:

E amanhã, se esse chão que eu beijei

For meu leito e perdão

Vou saber que valeu delirar

E morrer de paixão

Fico feliz, nesse meu retorno à militância orgânica petista por encontrar tantos e tantas jovens participando. Minha filha Ana Carla tirou o título de eleitora esse ano; vai votar. E já me disse que quer se filiar ao PT. Novos sonhadores continuarão sonhando o sonho impossível

E assim, seja lá como for

Vai ter fim a infinita aflição

E o mundo vai ver uma flor

Brotar do impossível chão

E termino falando mais uma vez do meu sonho que não é mais segredo pra ninguém: Dona Bibi, minha mãe viveu 98 anos. Por isso, meus companheiros e minhas companheiras menos jovens e mais jovens, ainda teremos 30 anos com bons outonos. Que os frutos amadureçam. Aos 98, vou repetir:

A pergunta roda, e a cabeça agita

Fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita

Viver
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita

Viver
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar

A beleza de ser
Um eterno aprendiz

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita

E a vida
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida de um coração
Ela é uma doce ilusão
Êh! Ôh!

E a vida
Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo

Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor

Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer

Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser

Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte

E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita

Viver
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita"

 

 

 

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