A intervenção no Rio de Janeiro de hoje foi explicada por Brizola ainda no seu tempo de vida

Hoje vamos falar novamente da intervenção militar no Rio de Janeiro.

Mas para falar de hoje vamos voltar no tempo.

A intervenção militar aconteceu logo após o carnaval deste ano e a antecedeu uma ampla cobertura “jornalística” do conglomerado Globo sobre a violência no Rio de Janeiro.

Esta não é a primeira vez que as Organizações Globo agem assim. Há vários outros exemplos de como a Globo influencia os rumos da História do Brasil. Mas hoje vou ficar com apenas um episódio.

O Rio de Janeiro foi governado pelo trabalhista Leonel Brizola por duas oportunidades e a Rede Globo tinha Brizola como um inimigo. Participou de fraude eleitoral na tentativa de derrotar o velho Brizola, o perseguiu sistematicamente, mas teve que ver Cid Moreira – até então a cara da Globo –  obrigado pela Justiça a ler um direito de resposta que Brizola ganhara na Corte.

Brizola governou o Rio de Janeiro pela última vez de 1991 a 1994.

Na oportunidade, também durante um carnaval, o Rio de Janeiro e seu governo, voltaram a ser  vitimas das reportagens da Globo. Brizola, então, foi entrevistado no Jô Soares que na época trabalhava no SBT.

Aquele momento integra os anais das grandes entrevistas. Brizola estava afiadíssimo. Deu noções exatas sobre violência social, sobre segurança pública, política, mas, principalmente, deu uma aula sobre comunicação social. O velho gaúcho que o Rio adotou deitou falação sobre como a Rede Globo presta um desserviço ao país.

O internauta que acompanha este blog sabe das minhas ligações com o PT e Lula. Nunca neguei isso. Mas tenho uma crítica a eles: o enfrentamento que se faz hoje à Rede Globo é tímido demais. Para se enfrentar um poderio assim tem que ser com a coragem e o destemor do bom Leonel Brizola:

No primeiro vídeo a entrevista de Brizola ao Jô. O internauta deve assisti-lo e lembrar da cobertura deste ano da Globo sobre a violência no Rio.

O segundo vídeo vai de brinde. É a leitura, em pleno Jornal Nacional, por Cid Moreira, do direito de resposta de Leonel Brizola.