
Vítima de ataque com soda cáustica desabafa sobre momentos de terror: "quase morri"
Após passar 18 dias internada, Isabelly Ferreira falou pela primeira vez sobre o ataque com soda cáustica que sofreu em Jacarezinho, no dia 22 de maio, enquanto ia para a academia. Em entrevista à RICtv, a jovem de 23 anos descreveu o trauma e as dores que sentiu após o ataque, bem como os desafios enfrentados durante a recuperação.
“Fiquei 12 dias na UTI, entubada, e quase morri. Tive infecção pulmonar e infecção no sangue, estive entre a vida e a morte”, resumiu Isabelly, que ainda não se recuperou completamente dos ferimentos graves causados pela soda cáustica.
Mesmo após receber alta, Isabelly precisa de acompanhamento médico devido às sequelas do ataque. Ela relata dificuldades para se alimentar por conta dos ferimentos na boca.
“A minha boca está muito inflamada, estou comendo pouco porque a língua está bem inchada. Além disso, ficaram sequelas de queimaduras na região dos seios e meus cabelos, que eram mais compridos, ficaram bastante danificados”, explicou.
Isabelly demorou a compreender o motivo do ataque cometido por Debora Custódio, que, segundo a polícia, agiu por ciúmes. Isabelly afirma não ter tido contato recente com o ex-namorado, que atualmente está com a autora do ataque.
“Não entendi o motivo. Quando acordei do coma, fiquei perdida, tentando entender o que havia acontecido. Passei uma semana tentando compreender. Foi um susto enorme, pois meu relacionamento passado já tinha terminado e eu não tive mais contato com ele. Nunca tive contato com Debora, apenas a conhecia por causa do meu ex”, contou.
Ela falou sobre o relacionamento com o ex-namorado e as mensagens que teriam causado ciúmes.
“O relacionamento durou cerca de um ano e meio. Terminamos em janeiro deste ano e, desde então, não tivemos mais contato, nem por mensagem, nem pessoalmente. Acredito que essas mensagens sejam antigas, de quando estávamos juntos. Após o término, não houve nenhuma mensagem”, afirmou.
Isabelly relatou como foi surpreendida no dia do ataque. “Sempre treino no horário de almoço e desci para a academia no horário de sempre. Quando estava chegando perto, uma pessoa com peruca loira, roupas masculinas, luvas e batom vermelho, com um produto borbulhando na mão, veio na minha direção. Me assustei e tentei atravessar a rua, mas a pessoa correu em minha direção e jogou o produto no meu rosto, quase ingeri.”
Com muita dor, Isabelly correu desesperada em busca de socorro e foi ajudada por homens que estavam próximos ao local. “Eles se assustaram também porque eu pedia socorro, estava queimando e eu não enxergava, porque caiu produto no meu olho. Eles lavaram meu rosto e me levaram ao hospital. Parecia que estava queimando por dentro, muita dor. Depois disso, não lembro de mais nada”, complementou.
Após o atendimento inicial em Jacarezinho, Isabelly foi transferida para o setor de queimados do Hospital Universitário de Londrina. Na UTI, foi entubada e permaneceu alguns dias em coma.
“Depois que acordei do coma, lembro de todo o período no hospital. São lembranças péssimas, fiquei 12 dias sem me alimentar, sem tomar banho, apenas sendo alimentada por sonda. Estou toda machucada. Fiquei muito assustada, porque não esperava por isso. Mas, vida que segue.”
Isabelly acredita que a suspeita planejou o ataque cuidadosamente e rebate a defesa de Debora, que afirma que a cliente pretendia “apenas dar um susto”.
“Acredito que ela planejou, porque me esperou no horário que sempre vou à academia. Meu sentimento agora é raiva, porque não fiz nada para merecer isso. Espero que a justiça seja feita, que ela seja presa e pague pelo que fez. Não considero um susto, acredito que ela tentou me matar. Se fosse só um susto, ela poderia ter conversado, tentado outra coisa. Soda corrói, queima, então acredito que ela tentou me matar”, concluiu.
Fonte: Ric.com.br