
Prefeitura estuda segurança armada após morte de menor em aterro da capital
A morte de um adolescente de 12 anos, atropelado por um trator enquanto dormia no aterro sanitário de Teresina, expôs com brutalidade as fragilidades de gestão e segurança do espaço. O caso, que gerou ampla comoção social e repercussão nos órgãos de controle, levou a Prefeitura da capital a anunciar um plano emergencial de reestruturação da área.
Dentre as ações em estudo, está o reforço da segurança armada, com o objetivo de restringir o acesso irregular ao aterro, coibir a atuação de grupos criminosos e aumentar a proteção de trabalhadores regularizados. Atualmente, apenas seis vigilantes cobrem os 50 hectares do local, o que tem se mostrado insuficiente diante da extensão e vulnerabilidades do terreno.

Medidas propostas pela gestão:
- Implantação de vigilância armada permanente e reforçada
- Cadastro obrigatório de catadores habilitados
- Restrição total à entrada de menores de idade
- Integração com a Guarda Civil Municipal e a Eturb
Redefinição do perfil do aterro, que passará a receber exclusivamente resíduos de capina e varrição urbana
As propostas foram apresentadas após visita técnica realizada nesta quinta-feira (03/07) por equipes das Secretarias Municipais de Cidadania e Urbanismo. Técnicos identificaram falhas estruturais, ausência de barreiras físicas eficientes e circulação descontrolada de pessoas, o que compromete a segurança operacional do espaço.
A Prefeitura informou que não haverá desativação imediata do aterro, mas sim uma reformulação no modelo de funcionamento. Paralelamente, dois novos aterros controlados estão em processo de licitação para atender à demanda de resíduos sólidos do município.
A tragédia envolvendo o garoto não apenas revelou os riscos da ocupação irregular no local, mas também reacendeu o debate sobre a inclusão social de catadores, políticas públicas de destinação adequada do lixo e o papel do poder público na fiscalização de áreas críticas.
A efetividade das medidas anunciadas será acompanhada de perto por órgãos como o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado, que já solicitaram informações e ações concretas para garantir a integridade de quem circula no entorno do aterro.