
Polícia apura morte de adolescente atingido por militar durante tentativa de assalto em Teresina
A Polícia Civil por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) iniciou às investigações sobre a morte de um adolescente de 16 anos, registrada nesta quinta-feira (10/04), nas imediações da 5ª Delegacia Seccional, localizada no bairro São João, Zona Leste de Teresina.
Segundo o delegado Francisco Costa, conhecido como Baretta, coordenador do DHPP, o adolescente já era conhecido da polícia por envolvimento em práticas criminosas. “Ele estudava no turno da tarde em uma escola próxima e já tinha passagens por atos infracionais. Normalmente, pegava o ônibus com a avó, que seguia para o trabalho, e descia no colégio. Porém, naquele dia, não entrou na aula. Foi cometer assaltos na região, portando um revólver calibre .38. Em uma das ações, foi perseguido por um policial militar, que efetuou um disparo, atingindo-o na região glútea, com o projétil saindo pela região inguinal”, relatou o delegado.
Ainda conforme Baretta, familiares relataram que o adolescente era usuário de drogas e mantinha contato com pessoas ligadas ao crime organizado. “Já foram identificadas pelo menos três vítimas de assaltos cometidos por ele naquela área. Os próprios familiares informaram que ele era dependente químico e tinha amizades com indivíduos ligados a facções criminosas. Afirmam que ele não era integrante, mas essa ligação ainda está sendo apurada”, destacou.
Apuração da conduta do policial
O policial militar que efetuou o disparo será ouvido nos próximos dias. A investigação irá determinar se a ação do agente foi amparada por legítima defesa de terceiros ou se houve excesso no uso da força. “Nós vamos analisar se a conduta do policial está dentro do que a lei considera legítima defesa, tanto do ponto de vista concreto quanto abstrato. Precisamos alinhar os fatos aos critérios legais para definir se a ação foi justificada ou se configura um ato ilícito”, finalizou Baretta.