Moradores de Los Angeles, na Califórnia, enfrentam uma tragédia sem precedentes: incêndios históricos atingem a cidade. Mais de 150 mil pessoas precisaram abandonar suas casas, e cerca de 1,5 mil estruturas foram destruídas – números que ainda estão sendo contabilizados.

Foto: Reprodução/X

Os bombeiros trabalham sem descanso para controlar os inúmeros focos que se espalham pela região. De acordo com o Departamento de Incêndio de Los Angeles (LAFD, na sigla em inglês), já foram confirmadas ao menos cinco mortes em decorrência das chamas.

No início da noite desta quarta-feira (08/01), um incêndio teve início em Hollywood Hills, área montanhosa localizada acima da famosa Calçada da Fama. Outro foco foi registrado em Studio City, próximo ao parque dos Estúdios da Universal Pictures.

A palavra mais mencionada na cidade é “apocalipse”, e diversas áreas se assemelham a zonas de guerra. A população vive uma mistura de medo e impotência diante do avanço das chamas em pontos distintos da cidade.

Quase 30 mil hectares já foram consumidos pelo fogo em duas regiões principais: Pacific Palisades, no litoral norte da cidade – famosa por abrigar mansões de celebridades – e Pasadena, mais ao nordeste. Nesta última, ao menos cinco mortes foram confirmadas.

Uma notícia positiva é que os ventos diminuíram. Na noite da última terça-feira (07/01), as rajadas chegaram a ultrapassar 120 km/h, comparáveis à força de um furacão. Isso impossibilitou, inicialmente, o uso de aviões no combate às chamas, que só pôde ser iniciado a partir da tarde de quarta-feira.

Milhares de moradores estão sem energia elétrica, a água nas áreas afetadas foi contaminada e a qualidade do ar permanece extremamente baixa.

Oito meses sem chuva

A cidade enfrenta uma seca severa, sem chuvas há mais de oito meses – nem mesmo durante o inverno, época em que normalmente há precipitações. Essa condição, somada à baixa umidade relativa do ar, que chegou a apenas 8% em algumas regiões, e aos fortes ventos, contribui para o surgimento e a rápida propagação de novos focos. A causa inicial de cada um deles ainda está sendo investigada.

A realidade expõe a falta de preparo da cidade para desastres dessa magnitude. Muitos hidrantes estavam sem água no momento em que os bombeiros tentavam apagar as chamas, o que reacendeu discussões sobre a capacidade de Los Angeles para sediar grandes eventos, como a Copa do Mundo no próximo ano e os Jogos Olímpicos de 2028.

Todos os eventos esportivos e de entretenimento foram suspensos. Empresas fecharam ou orientaram seus funcionários a trabalharem de casa, parques de diversão interromperam suas atividades, e escolas públicas em Los Angeles, Santa Mônica e Pasadena cancelaram as aulas para evitar a circulação de pessoas devido à baixa qualidade do ar e para liberar as ruas para os trabalhos de combate ao fogo.