Fraude internacional -

Influenciadora é acusada de lesar 110 pessoas em esquema de viagem

Mais de 100 pessoas foram vítimas de um esquema fraudulento orquestrado por uma influenciadora digital e empresária identificada como Cláudia Milhas, de 25 anos. A empreendedora, que anunciava pacotes de viagens para destinos paradisíacos a preços atrativos, causou grandes prejuízos a clientes tanto no Brasil quanto no exterior.

Foto: Reprodução/Pinterest

Entre os lesados está a advogada Thaís Amorim, 27, de Belém (PA), que teve um prejuízo de quase R$ 40 mil com passagens e precisou gastar mais R$ 50 mil para reorganizar, às pressas, uma viagem em família.

Thaís já havia recorrido anteriormente aos serviços de Cláudia e, confiando na reputação da empresa, adquiriu dois novos pacotes: um para o carnaval no Rio de Janeiro (RJ) e outro para uma viagem à Espanha em maio de 2025. No entanto, a influenciadora não entregou as passagens conforme o combinado, deixando a advogada e sua família sem alternativa a não ser arcar com novos bilhetes e hospedagens de última hora.

Fraude internacional

Pelo menos 13 boletins de ocorrência foram registrados contra Cláudia, e um grupo no WhatsApp foi criado para reunir os afetados pelo golpe, totalizando 111 pessoas. Desses, ao menos 50 são clientes de Portugal, atraídos pelas publicações nas redes sociais.

Cláudia, cujo nome verdadeiro é Cláudia Assunção da Costa, construiu sua imagem na internet ostentando um selo do Cadastur — sistema de registro de serviços turísticos do Ministério do Turismo —, o que, segundo a advogada, ajudou a dar credibilidade ao negócio. Para atrair novos clientes, a influenciadora compartilhava vídeos de destinos internacionais.

Modus operandi

A influenciadora, que possui 162 mil seguidores nas redes sociais, oferecia pacotes de viagens com preços atraentes sob a justificativa de que trabalhava com milhas aéreas. No entanto, os clientes pagavam e passavam a não mais receber as passagens.

Em alguns casos, Cláudia alegava que os bilhetes seriam enviados apenas próximo à data da viagem, deixando os consumidores sem qualquer garantia. Segundo a advogada, muitos chegaram ao aeroporto seguindo a orientação de Cláudia, mas acabavam não viajando, pois ela alegava se tratar de um caso de “overbooking”.

No boletim de ocorrência, Thaís relatou à polícia que adquiriu passagens e hospedagens para sete pessoas por meio do Instagram e WhatsApp, totalizando R$ 40 mil. Além disso, investiu, R$ 15 mil em um suposto “empréstimo” oferecido pela empresária, que prometia um retorno de R$ 7,5 mil, mas nunca foi pago.

O outro lado

A coluna teve acesso à defesa de Cláudia, que negou todas as acusações, alegando que sua empresa segue as regulamentações do setor e que as denúncias são infundadas. Segundo o advogado Nadilson Neves, a empresa sofreu um bloqueio bancário devido a uma resolução do Banco Central, mas já estaria tomando as providências para regularizar a situação.

A influenciadora também justificou a falta de comunicação alegando que sua conta no Instagram foi bloqueada, impossibilitando o contato com seus clientes. Confira a nota na íntegra.

Fonte: Metrópoles

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