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Infectologista alerta sobre a importância de reduzir infecções hospitalares

No último dia 15 de maio, foi o Dia Nacional de Prevenção das Infecções Hospitalares. A data alerta sobre a gravidade das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e a importância da adoção de medidas para ampliar a prevenção e controle dessas infecções.

Para o coordenador Serviço de Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (SCIRAS) e Presidente da Comissão de Controle de Infecção do Hospital Unimed Primavera (HUP), médico infectologista Eduardo Mendes (CRM 2836), a prevenção de infecções hospitalares é feita por um esforço contínuo de várias equipes, com protocolos bem definidos e a adoção de medidas para ampliar a prevenção e controle.

Infectologista Eduardo Mendes
Infectologista Eduardo Mendes 

“A primeira medida é a valorização dos profissionais que fazem os serviços de controles de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde – IRAS, assim como o maior apoio das altas gestões nos programas geridos por essas equipes. É hora de uma importante mudança cultural de valorização da qualidade e segurança da assistência à saúde”, disse o médico.

Segundo o infectologista, é fundamental informar para todos que os cuidados de saúde que precisam de cirurgia, internação hospitalar ou internação domiciliar necessitam de dispositivos invasivos e esses possuem risco intrínseco de infecção.

Ele lembrou ainda que uma parte importante dessas infecções podem ser prevenidas através de uma série de medidas coordenadas, já adotadas no HUP.  “A medida de maior impacto na prevenção de IRAS é a higienização correta das mãos. Programas que monitoram o melhor uso dos dispositivos invasivos (Ventilação Mecânica, Cateteres Venosos Centrais e Sondas Vesicais), especialmente nos ambientes de terapia intensiva, assim como a adesão aos pacotes de medidas cientificamente comprovadas para a redução das infecções relacionadas a esses dispositivos, são outras medidas fortes”, ressaltou o médico.

Controle de antibióticos
O especialista destacou, ainda, a urgência em se controlar racionalmente o uso dos antibióticos. “Há décadas esses medicamentos são usados de forma inadequada e o principal resultado tem sido o desenvolvimento de bactérias resistentes a quase todos os antibióticos disponíveis, as cepas multidrogas-resistentes (MDR). Infecções por MDR têm maior letalidade. São infecções mais frequentes nos ambientes hospitalares e, sobretudo, nas populações mais vulneráveis: imunossuprimidos, idosos, portadores de doenças crônicas, tempo de hospitalização prolongado, usuários de dispositivos invasivos por tempo prolongado ou história de uso recente de antibióticos, por exemplo”.

Ele segue fazendo uma análise mais aprofundada sobre a prevenção desse grave problema. “A prevenção recai sobre um complexo programa de gerenciamento desses antibióticos, que vai desde o uso fora dos hospitais (agroindústria, controle de venda, formação dos profissionais de saúde e investimento em pesquisa científica) até o maior controle deste uso nos ambientes hospitalares, especialmente com investimento maciço em tecnologia de diagnóstico microbiológico e gerenciamento farmacêutico.

“Usar menos antibióticos precisa de uma população consciente das graves consequências de tomá-los de forma desnecessária. E, do outro lado, de equipes de saúde extremamente devotadas para o melhor diagnóstico e uso guiado dessas drogas”.

“Antibióticos salvam vidas, se bem indicados! Ser um profissional do SCIRAS é se dedicar diariamente a buscar oportunidades de melhorar a qualidade e a segurança da assistência à saúde. Um verdadeiro sacerdócio”, finaliza o médico.

Fonte: Conessp

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