Em entrevista -

Caso do Porsche: “Minha irmã vai crescer sem pai”, diz filho de vítima

Um homem trabalhador e ótimo pai, é como Luam Silva descreve Ornaldo da Silva Viana, 52 anos. O motorista de aplicativo morreu ao ter seu carro atingido por um Porsche em alta velocidade, na madrugada de domingo (31/3), na Avenida Salim Farah Maluf, zona norte de São Paulo. Ele e o irmão, Lucas, deram entrevista nesta terça-feira (2/4) ao programa Encontro, da TV Globo.

Foto: Reprodução

O motorista do carro de luxo, avaliado em R$ 1,2 milhão, Fernando Sastre de Andrade Filho, se apresentou à polícia no início da noite dessa segunda-feira (1º/4), após passar cerca de 38 horas desaparecido.

Luam contou à emissora que a irmã dele, de 13 anos de idade, está muito abalada com o que aconteceu. “É muito difícil, ela vai crescer sem pai, mas vai ter dois irmãos e nossa mãe”, contou.

“É difícil acordar com sua mãe chorando, é complicado”, contou Luam sobre o impacto que a morte do pai causou na família.

 

Lucas, outro filho da vítima, disse que estava dormindo quando recebeu o telefonema de uma policial pedindo que ele fosse ao hospital para onde o pai havia sido levado após um acidente. “Nunca passou pela minha cabeça [que o pai tivesse morrido]. E aí, quando cheguei lá, ela me deu essa notícia. Foi desesperador, me joguei no chão, gritei”, contou o jovem na entrevista ao Encontro.

“É muito difícil, uma dor que só quem passou sabe como é. Ele não merecia, pela pessoa que ele era”, relatou Lucas.

Lucas ainda lembrou que o pai “tinha muito entusiasmo em tudo o que ele fazia (…) vivia 100%, se doava seja no que for”. Ornaldo era evangélico e participava como voluntário de ações de evangelização da igreja que frequentava.

Os filhos de Ornaldo dizem ter um sentimento de impunidade e de injustiça: “Como acontece um acidente desse tamanho e simplesmente o cara [Felipe Sastre de Andrade Filho] vai embora, com a presença da polícia?”, questionou Lucas.

“Eu espero que ele pague pelo que fez, que fique preso, que a justiça seja feita (…). Que ninguém está acima da lei, a lei vale para todos, independente da classe social”, pediu Lucas.

Depoimento à polícia

Acompanhado de um advogado, Fernando Filho se apresentou à polícia nessa segunda-feira (2/4), mais de 36 horas após o acidente. Segundo a polícia, o empresário estava tranquilo e não demonstrou arrependimento em seu depoimento.

A mãe do empresário o acompanhou à delegacia. Apesar de ter ajudado o filho a deixar a cena do crime, ela não vai responder criminalmente pelo ato, segundo a polícia, por ser parente de primeiro grau do empresário."

Fonte: Metrópoles

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