Gravidez não planejada -

Aumento de gestações não planejadas em São Paulo preocupa especialistas

Um estudo realizado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) revelou que 65,7% das mulheres grávidas no estado de São Paulo afirmaram que a gestação não foi planejada. Esse índice supera a média histórica nacional, que varia entre 52% e 55%, e aponta para um aumento preocupante em relação a pesquisas anteriores.

Foto: Reproduçãogestante gravidda

A pesquisa, conduzida pelo sociólogo Negli Gallardo-Alvarado, entrevistou 534 mulheres com idades entre 18 e 49 anos, residentes em diversas regiões do estado. Os dados foram coletados entre março de 2023 e junho de 2024, por meio de questionários aplicados online e presencialmente.

Os resultados indicam que as gestações não planejadas são mais frequentes entre mulheres pretas e pardas (74%), com menor escolaridade (77%), solteiras (85%) e com mais filhos. Além disso, a incidência é maior entre as mulheres mais jovens.

O estudo destaca que a falta de acesso a métodos contraceptivos eficazes e a escassez de informações sobre planejamento familiar contribuem para esse cenário. Apesar de o Sistema Único de Saúde (SUS) oferecer gratuitamente métodos como o DIU, a disponibilidade desses serviços nem sempre é garantida, especialmente em áreas periféricas.

Especialistas apontam que a alta taxa de gestações não planejadas tem impactos significativos na saúde pública e na vida das mulheres, afetando sua educação, emprego e qualidade de vida. Além disso, cada gestação não planejada representa um custo adicional ao SUS, estimado em cerca de R$ 6 mil por caso.

A pesquisa reforça a necessidade urgente de políticas públicas que garantam o acesso universal e equitativo a métodos contraceptivos e informações sobre saúde sexual e reprodutiva, visando reduzir os índices de gravidez não planejada no estado de São Paulo.

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