
Emirados Árabes querem aumentar investimentos no Brasil
Os Emirados Árabes demonstraram interesse em expandir os investimentos em parcerias no Brasil. O ministro do Comércio Exterior do país, Thani Bin Ahmed Al Zeyoudi, foi incisivo ao destacar o potencial de colaborações com empresários brasileiros.
“Compartilhamos US$ 4.4 bilhões em investimentos, além do petróleo”, disse, durante a abertura do Brazil Emirates Conference, em Dubai. O evento é promovido pelo Lide, organização de empresários fundada pelo ex-governador de São Paulo João Doria..
Al Zeyoudi também enfatizou que o Brasil é o principal parceiro comercial dos Emirados Árabes na América Latina e o segundo em toda a região americana.
Segundo o ministro, um dos principais focos de investimento será o setor de energias limpas. “O grupo de Abu Dhabi vai investir US$ 100 bilhões nas ambições de renováveis”, acrescentou.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, destacou a cooperação com os árabes, que atualmente administram três linhas do metrô carioca (linhas 1, 2 e 4).
Castro mencionou ainda que está em fase de preparação a licitação da linha 3 do metrô, e que há indicativos de que fundos do Oriente Médio tenham interesse em participar da concessão.
“Eles [os árabes] também têm o que eu considero seu maior empreendimento do Brasil hoje, que é o Porto do Açu, que também é do fundo Mubadala”, disse.
“Eu me reúno periodicamente com eles lá no Rio. É um fundo realmente muito parceiro do estado do Rio de Janeiro, muito nessa questão de óleo e gás, que interessa muito a eles, mas também na questão da infraestrutura”, disse Castro.
Além dos árabes, investidores chineses também demonstram interesse nesse tipo de iniciativa. Após a conferência, Castro seguiu para a China em busca de novos parceiros voltados à segurança pública.
Tarifas
As tarifas impostas pelos Estados Unidos geram preocupações de longo prazo. Para Roberto Azevêdo, ex-diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC) e atual presidente global de operações da Ambipar, o cenário é de instabilidade.
“A gente não sabe quais vão ser as regras daqui a 2 anos, 3 anos, 4 anos, 5 anos”, disse. “Vai que há acordos comerciais que são estabelecidos entre, por exemplo, China e Estados Unidos, com compras mais expressivas de produtos americanos, aí a maré volta. Em vez de ser favorável, passa a ser desfavorável. Então, nós temos que olhar para essas coisas sempre como um grão de sal”, completou.
Nesta terça-feira (15/4), gestores se reúnem com representantes de fundos soberanos em Abu Dhabi, que juntos somam mais de US$ 1,3 trilhão em recursos disponíveis para investimento.
Fonte: Metrópoles