
Trump propõe eleições na Ucrânia, enquanto Kiev e Moscou se acusam
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs a realização de eleições na Ucrânia como parte de um plano para a resolução do conflito entre Moscou e Kiev. A sugestão surge em um momento de alta tensão entre os dois países, após um ataque atingir uma escola na região russa de Kursk, próxima à fronteira com a Ucrânia, deixando mortos e dezenas de feridos. As partes envolvidas trocam acusações sobre a autoria da ofensiva. Com informações do Metrópoles.
A proposta de Trump prevê um cessar-fogo seguido pela realização de eleições presidenciais e parlamentares na Ucrânia antes de iniciar as negociações de paz. O plano foi defendido por seu enviado especial para a Ucrânia e a Rússia, Keith Kellogg.
A realização do pleito pode ser vista com bons olhos pelo presidente russo, Vladimir Putin, que já afirmou diversas vezes que não considera Volodymyr Zelensky um interlocutor legítimo, uma vez que seu mandato expirou em 2024. Entretanto, a legislação ucraniana impede a realização de eleições enquanto estiver em vigor a lei marcial, implementada devido ao conflito com a Rússia.

Especialistas apontam que a organização de eleições na Ucrânia em meio à guerra apresenta desafios significativos. Cerca de 20% do território ucraniano está sob ocupação russa, e uma grande parcela da população se encontra deslocada, seja servindo no exército ou como refugiada em outros países. Há também preocupações sobre uma possível interferência russa no pleito e o impacto da iniciativa na coesão social ucraniana.
O anúncio da proposta ocorre dois dias após um ataque a uma escola em Soudja, na região russa de Kursk, que deixou pelo menos quatro mortos e dezenas de feridos. Moscou e Kiev se acusam mutuamente de responsabilidade pelo bombardeio. O governo ucraniano afirma que a escola estava servindo de abrigo para civis e que a Rússia sabia da presença de pessoas vulneráveis no local. A força aérea ucraniana divulgou imagens que supostamente mostram a trajetória de uma bomba lançada por um avião russo. Em contrapartida, o Ministério da Defesa da Rússia qualificou o ataque como um "crime de guerra" cometido pela Ucrânia, sem apresentar evidências.
A região de Kursk tem sido palco de confrontos desde que tropas ucranianas passaram a ocupar parte do território russo na fronteira. Moscou busca retomar o controle da área, enquanto Kiev a considera estratégica para afastar a linha de frente do território ucraniano e possivelmente utilizá-la como elemento de negociação no futuro.
Ainda não há uma resposta oficial do governo ucraniano sobre a proposta de Trump, e o contexto do conflito segue incerto, com novos desdobramentos diários no campo de batalha e no cenário diplomático internacional.