Marta Suplicy reunirá mulheres para debate sobre pauta feminina na eleição

MÔNICA BERGAMO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A ex-senadora e ex-prefeita Marta Suplicy começou a disparar convites para um grupo de 15 mulheres que ela pretende reunir em sua casa no próximo dia 28 em um debate sobre a questão feminina na eleição presidencial deste ano.

A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia, a especialista em educação Claudia Costin, a escritora Tati Bernardi, a presidente da OAB-SP, Patricia Vanzolini, e a ativista Rosangela Lyra estão entre as convidadas para o encontro.

Marta, que é a atual secretária municipal de Relações Internacionais de São Paulo, também está chamando ativistas como Juliana Borges, Sheila de Carvalho, Nathalia Oliveira, Bianca Santana e Ana Lúcia Fontes, ligadas aos movimentos feminista e negro.

A proposta é que cada uma apresente durante a reunião três propostas que gostaria de ver contempladas nas campanhas presidenciais. Depois, o grupo redigirá uma carta aberta, que será divulgada com a intenção de sensibilizar os postulantes para a causa. O texto será dirigido a todos eles.

Marta já declarou apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas diz que o evento com as mulheres é desvinculado de candidaturas específicas. Ela só descarta receber na ocasião apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro (PL), pré-candidato à reeleição.

"Não estou perguntando em quem a pessoa vai votar, estou olhando só se a mulher pensa na pauta feminista e no país. É uma bandeira que transcende partidos", diz a ex-petista, que está sem filiação partidária atualmente e integra na capital a gestão Ricardo Nunes (MDB).

"A questão da mulher não apareceu nas falas dos pré-candidatos à Presidência como um pilar a ser aprofundado. O máximo a que chegamos foi ao debate sobre a questão da fome. Isso é importante e tem relação direta com a mulher, é claro, mas não nos satisfazemos só com isso", prossegue.

Segundo ela, o objetivo é cobrar dos pré-candidatos "um compromisso mais específico" com pontos cruciais para a situação das mulheres brasileiras. Ela cita o combate à violência doméstica e ao preconceito de gênero e o estímulo ao empreendedorismo e à capacitação profissional.