Major alvo da PF: ofensas ao STF, atos golpistas e vínculos com desinformação eleitoral
A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação que teve como alvo o major da reserva Angelo Denicoli na última quinta-feira (08/02). As investigações revelaram que Denicoli é apontado como integrante do núcleo responsável por disseminar desinformação e promover ataques ao sistema eleitoral brasileiro. As informações são do Metrópoles.
De acordo com as informações obtidas, o ministro Alexandre de Moraes, responsável pela autorização da operação, destacou a ligação de Denicoli com o influenciador argentino Fernando Cerimedo. Este último é conhecido por espalhar informações falsas sobre o sistema de votação brasileiro, tendo seus vídeos impulsionados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. As investigações apontam que Denicoli teria encaminhado o contato de Cerimedo ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-auxiliar de Bolsonaro.
Denicoli, que está proibido de deixar o país e de se comunicar com outros investigados, possui um histórico de ofensas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em suas redes sociais. Fotos e vídeos postados pelo militar o mostram em acampamentos golpistas, especialmente após a derrota de Bolsonaro para Lula nas eleições. Durante o período em que ocupou o cargo de diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS no Ministério da Saúde, Denicoli também foi alvo de polêmicas, com posts negacionistas em relação à Covid-19, que foram posteriormente tarjados como fake news pela rede social.
A proximidade de Denicoli com Bolsonaro, evidenciada em imagens no Palácio do Planalto e no Palácio da Alvorada, proporcionou ao militar a ocupação de altos cargos de confiança nos últimos anos. Após ser diretor do Ministério da Saúde, ele assumiu um cargo de assessor do presidente da Petrobras na época, o general Silva e Luna.
Além disso, o major compartilhou informações falsas e proferiu ofensas contra ministros do STF, incluindo Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça, Rosa Weber, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, e os ex-ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. Entre as inverdades disseminadas, destaca-se a alegação de que os ministros teriam votado para impedir a prisão de criminosos, uma afirmação categoricamente desmentida pelos fatos.