
Haddad defende controle de gastos, mas critica cegueira do mercado financeiro
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (24/03) que o governo federal tem controlado os gastos públicos de forma eficaz, mas que o mercado financeiro, especialmente na Faria Lima, frequentemente falha em perceber essas ações. Durante debate promovido pelo Valor Econômico, Haddad comentou que operadores financeiros agem por impulso, muitas vezes ignorando resultados positivos, como a redução de R$ 1,5 trilhão em riscos judiciais que poderiam aumentar os gastos públicos.
Haddad também lembrou que o mercado financeiro errou em R$ 80 bilhões ao prever o déficit primário do governo no ano passado, destacando que, apesar de problemas como os danos climáticos no Rio Grande do Sul, o superávit real foi melhor que o previsto.

O ministro explicou que o governo tem adotado o princípio do "consequencialismo", que visa entender as consequências de decisões judiciais antes de tomá-las, e apontou vitórias recentes, como a liminar no Supremo que evitou grandes prejuízos ao setor de eventos.
Em relação à inflação, Haddad garantiu que o novo programa de crédito consignado não afetará a conjuntura, sendo uma medida estrutural para ajudar os endividados a melhorar sua situação financeira. Ele também fez um desabafo nas redes sociais, destacando que apoia o atual arcabouço fiscal e que acredita ser importante cumprir as metas estabelecidas, mas que as circunstâncias podem levar a ajustes futuros.
O ministro criticou ainda o tratamento alarmista da mídia e do mercado financeiro em relação ao governo Lula, lembrando que o déficit primário do governo Temer, em 2017, de R$ 1 trilhão, não gerou reações semelhantes.
Fonte: Reprodução/ Agência Gov