
Ex-presidente da FMS denuncia bloqueio de recursos e deixa cargo por divergências com Sílvio Mendes
O professor Charles Silveira anunciou sua saída da presidência da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina nesta quarta-feira (02/07), alegando dificuldades administrativas e entraves impostos pela gestão do prefeito Sílvio Mendes (União Brasil). Esta é a segunda vez que ele deixa o cargo durante a atual gestão.
De acordo com o ex-gestor, embora a FMS disponha de aproximadamente R$ 100 milhões em caixa, os pagamentos a fornecedores e a aquisição de insumos e medicamentos têm sido travados por barreiras burocráticas internas. Charles apontou pareceres jurídicos da Procuradoria do Município como um dos principais obstáculos que, segundo ele, têm paralisado a execução de serviços essenciais.
A situação tem afetado diretamente o funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e dos hospitais da rede municipal, comprometendo o abastecimento e o atendimento à população. Silveira classificou o cenário como insustentável, afirmando que, apesar de contar com uma equipe técnica qualificada, a estrutura da FMS ficou engessada diante das restrições impostas pela administração municipal.
Em sua avaliação, a atual gestão substituiu um modelo de desorganização herdado de gestões anteriores por um excesso de rigidez burocrática, igualmente prejudicial ao andamento dos serviços. Essa abordagem teria tornado inviável a continuidade de seu trabalho à frente da pasta.

Apesar de afirmar que mantém respeito pessoal pelo prefeito Sílvio Mendes, Charles Silveira destacou que suas discordâncias são de ordem técnica e administrativa, e não políticas. Para ele, o presidente da FMS precisa ter autonomia real para gerir a saúde municipal, o que, segundo relata, não estava ocorrendo. Ao renunciar, afirmou que não poderia permanecer em um cargo sem condições mínimas para garantir o funcionamento da rede pública de saúde.
Com a saída, a Fundação Municipal de Saúde vive mais uma troca de comando em meio a denúncias de desabastecimento e pressão por melhorias no sistema de saúde da capital. Ainda não foi anunciado quem assumirá a presidência da FMS nos próximos dias.