Após mais de 80 horas em greve de fome, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) continua instalado em um dos plenários da Câmara dos Deputados, onde permanece desde a última quarta-feira (9). O parlamentar iniciou o protesto em resposta à aprovação, pelo Conselho de Ética da Casa, do parecer que recomenda a cassação de seu mandato.

Apesar do desgaste físico visível, a equipe médica que acompanha o deputado informou neste sábado (12/04) que ele apresenta sinais vitais estáveis. Glauber está sendo monitorado duas vezes por dia e segue com hidratação controlada, ingerindo apenas água, isotônicos e água de coco. Segundo os profissionais responsáveis, ele apresenta pressão arterial normal e pulsos considerados vigorosos, embora demonstre leve abatimento, compatível com o estado de jejum prolongado.

O parlamentar também tem dormido pouco, com uma média de quatro horas por noite, conforme sua assessoria. A decisão de permanecer no prédio do Legislativo foi anunciada por ele logo após a votação do Conselho, como forma de protesto até que o plenário decida o desfecho do processo disciplinar. Ainda não há previsão de quando o caso será pautado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A origem do processo remonta a um episódio ocorrido em abril deste ano, quando Glauber expulsou fisicamente um manifestante ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL) das dependências do Congresso, em meio a uma confusão. O Conselho de Ética interpretou a ação como quebra de decoro parlamentar.

O deputado, por sua vez, entende que a recomendação pela cassação tem motivações políticas. Ele atribui a articulação ao ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), alegando que o processo foi impulsionado por sua atuação combativa contra o chamado Orçamento Secreto. Desde então, Glauber tem prometido resistir até o fim, afirmando que não cederá às pressões políticas.

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