Carnaval de Salvador deste ano -

Claudia Leitte pode ser impedida de realizar shows na Bahia

A cantora Claudia Leitte pode ser impedida de participar do Carnaval de Salvador deste ano. A decisão representaria mais um desdobramento da controvérsia envolvendo a artista e a alteração da letra de uma canção que faz referência a uma saudação a Iemanjá.

Foto: Reprodução/Instagram

O Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (IDAFRO) protocolou um pedido no Ministério Público da Bahia (MP-BA). No documento, o IDAFRO solicita que o órgão recomende ao governo estadual e à Prefeitura de Salvador que não incluam a cantora em eventos financiados com recursos públicos.

Entenda o caso de Cláudia Leitte

A cantora foi acusada de cometer racismo religioso ao remover a palavra “Iemanjá” da música Caranguejo (Cata Caranguejo). Ela escolheu cantar “Eu canto meu rei Yeshua”, uma referência a Jesus em hebraico, durante uma apresentação realizada em Salvador.

Após o vídeo do momento viralizar, o Ministério Público da Bahia (MPBA) abriu um inquérito para apurar se Claudia Leitte cometeu racismo religioso.

Em primeira manifestação sobre o caso, ela afirmou que esse é um assunto muito sério.

“Daqui do meu lugar de privilégio, o racismo é uma pauta que deve ser discutida com a devida seriedade, e não de forma superficial. Prezo muito pelo respeito, pela solidariedade e pela integridade. Não podemos negociar esses valores de jeito nenhum, nem jogá-los ao tribunal da internet. É isso”, declarou a artista durante uma coletiva de imprensa.

Em publicação nas redes sociais, o IDAFRO justificou a medida, alegando que se fundamenta na investigação do MP-BA sobre um possível caso de racismo religioso relacionado a Claudia Leitte. O Instituto ressalta que a petição foi enviada à juíza Lívia Santana e Sant’Anna Vaz, da Promotoria de Justiça Especializada no Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa.

A entidade esclareceu ainda que a solicitação não se trata de censura, mas de uma “exigência de coerência com os princípios constitucionais e compromissos internacionais assumidos pelo Brasil”.

“É dever do Estado garantir que seus recursos não sejam utilizados para respaldar atitudes que possam reforçar a exclusão e a violência simbólica contra religiões de matriz africana. A intolerância religiosa, quando normalizada, abre caminho para ataques mais graves. Estamos diante de um episódio que não pode ser relativizado, pois toca na dignidade e na identidade de milhões de brasileiros que professam a fé nos Orixás”, afirmou Hédio Silva Jr., coordenador-executivo do IDAFRO.

De acordo com o Instituto, a petição será submetida à análise do MP-BA, que poderá aceitar a recomendação ou adotar outras providências.

Fonte: Metrópoles

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