Assessoria confirma shows de Gusttavo Lima após revogação de ordem de prisão
O cantor Gusttavo Lima, que está sendo investigado por suspeita de envolvimento em um esquema de apostas, tem dois shows agendados para este final de semana no Pará. As apresentações ocorrem após a revogação da ordem de prisão contra ele.
Na próxima sexta-feira (27/09), ele se apresenta em Marabá e, no sábado (28/09), em Parauapebas. "A programação dos shows está mantida", informou a assessoria de imprensa do cantor.
Nesta terça-feira (23/09), o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, anulou a prisão do artista, declarando que "as justificativas usadas para a decretação da prisão preventiva e para a imposição das demais medidas cautelares são meras suposições inadequadas e considerações gerais".
A ordem de prisão contra o cantor foi emitida no contexto da Operação Integration, realizada pela Polícia Civil de Pernambuco. Iniciada em abril de 2023, a operação investiga uma organização criminosa envolvida em jogos ilegais e lavagem de dinheiro, que teria movimentado cerca de R$ 3 bilhões entre janeiro de 2019 e maio de 2023.
A influencer Deolane Bezerra também foi alvo da operação e chegou a ser presa. Ela foi solta nesta terça-feira. As casas de apostas Esportes da Sorte e VaideBet também estão sob investigação.
A decisão do desembargador é válida apenas para a ordem de prisão preventiva, mas Gusttavo Lima continua sendo investigado por suspeita de envolvimento com as apostas.
Na manhã de terça, a Polícia Federal havia solicitado a inclusão do cantor na lista de difusão vermelha da Interpol. Ele já estava inserido no Sistema de Tráfego Internacional. Com a revogação da prisão, ele deverá ser retirado da lista.
A defesa de Gusttavo Lima afirmou, em nota, que recebeu a decisão de revogação com "sentimento de justiça".
"A decisão da juíza de primeira instância [que decretou a prisão] se baseou em uma série de suposições contrárias a todas as evidências apresentadas nos autos, contrariando inclusive o posicionamento do Ministério Público no caso", declarou a defesa.
Ao decretar a prisão na segunda-feira (23), a juíza de primeira instância Andréa Calado da Cruz mencionou suspeitas de que Gusttavo Lima teria dado abrigo a duas pessoas investigadas na Operação Integration — José André da Rocha Neto (dono da VaideBet) e sua esposa Aislla Rocha — para que permanecessem fora do país, mesmo com mandado de prisão em aberto.
Gusttavo Lima viajou para a Grécia no início de setembro para comemorar seu aniversário com amigos. De acordo com o desembargador, o embarque ocorreu no dia 1º de setembro, enquanto a ordem de prisão contra o casal foi emitida no dia 3.
"Portanto, fica claro que eles não estavam em situação de foragidos no momento do embarque, tampouco se pode falar em fuga ou auxílio à fuga", escreveu o magistrado ao justificar a anulação da prisão de Gusttavo Lima.
A juíza também destacou, na segunda-feira, que o cantor adquiriu uma participação de 25% na VaideBet, o que, em sua visão, "intensifica a natureza questionável de suas transações financeiras". Por outro lado, o desembargador Guilliod Maranhão considerou, na decisão de terça-feira, que isso "não constitui uma base plausível que demonstre a materialidade e o indício de autoria dos crimes".
Fonte: O Tempo