20 de Novembro - Dia Nacional da Consciência Negra
Na data de 20 de novembro, celebra-se o Dia Nacional da Consciência Negra. Para a deputada federal Iracema Portella (Progressistas), é uma oportunidade para a sociedade brasileira aprofundar as reflexões sobre o legado, a história e os direitos dos negros no Brasil.
A data foi escolhida em homenagem ao líder Zumbi dos Palmares. Ele morreu no dia 20 de novembro de 1695, depois de anos defendendo o Quilombo de Palmares de expedições que pretendiam escravizar, novamente, os negros que conseguiram fugir.
Segundo dados de 2014 do IBGE, negros e negras, o que inclui pardos e pretos, compõem 53,6% da população brasileira. Apesar de maioria, esse grupo enfrenta desigualdades, a começar pela renda: entre os 10% do segmento mais pobre do País, 76% são negros. Entre o 1% mais rico, apenas 17,4% são negros.
De acordo com pesquisa recente do IBGE, os negros são os mais atingidos pelo desemprego. No terceiro trimestre de 2017, dos 13 milhões de desempregados no Brasil, 8,3 milhões eram pretos ou pardos, o que significa 63,7% do total. A taxa de desemprego entre eles ficou em 14,6%. Entre os brancos, esse índice foi de 9,9%.
A população negra é, ainda, a mais suscetível à violência: um homem negro tem oito vezes mais chances de ser vítima de homicídio no Brasil do que um branco, segundo mostram estudos realizados a partir de dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Na educação, enquanto 22,2% dos brancos têm 12 anos de estudos ou mais, a taxa é de 9,4% para os negros. O índice de analfabetismo para os negros é de 11,8% — maior que a média da população brasileira (8,7%). Dos jovens entre 15 e 29 anos que não estudavam nem trabalhavam, 62,9% eram negros, de acordo com o IBGE.
A maternidade precoce é um dos fatores que levam meninas a essa condição: do total de garotas de 15 a 19 anos sem estudo e sem trabalho, 59,7% têm pelo menos um filho sendo que, destas, 69% são negras.
Portanto, segundo a deputada, é preciso olhar com atenção para esses dados e promover as mudanças necessárias para que possamos viver numa sociedade mais justa. O primeiro passo é reconhecer a importância de falar abertamente sobre preconceito, racismo e discriminação. “Infelizmente, ainda enfrentamos, no nosso País, esses problemas. E é preciso aprofundar esse debate”, declarou.
Para finalizar, Iracema Portella reforça combater, com vigor e determinação, todas as manifestações de racismo, desde as mais sutis, aquelas que estão arraigadas na sociedade e vêm à tona em forma de comentários e piadas de mau gosto envolvendo os negros, que sofrem discriminações no seu cotidiano em várias esferas: nas ruas, nos serviços públicos e privados, no ambiente de trabalho, na internet e nas relações sociais e familiares.
“Não podemos cruzar os braços para as imensas desigualdades que afetam de forma contundente, a população negra do nosso País. Precisamos transformar esse panorama com a ajuda de todos na sociedade”, concluiu a parlamentar piauiense.