Terezinha Cortez permaneceu durante -

Vítima da Covid-19 dedicou parte da vida à reorganização do arquivo público do Piauí

 

Por Rômulo Rocha - Do Blog Bastidores*

 

_Teresinha Cortez
_Terezinha Cortez  

HISTÓRIA DE VIDA E DEDICAÇÃO AO ARQUIVO PÚBLICO

Terezinha Mary Cortez de Sousa, vítima recente da Covid-19, teve uma história de vida dedicada ao arquivo público do estado do Piauí. O trabalho tem importância ímpar, mesmo num mundo fugaz, num país sem memória e mesmo em um estado onde o luto estatal é declarado para aqueles que são amigos do poder e não necessariamente em face de quem presta serviços públicos relevantes. 

Todo o foco do trabalho de Terezinha Cortez foi na tentativa de modernizar e organizar o arquivo público do Piauí, dentro dos métodos da arquivística Nacional.

Nascida em 13 de setembro de 1956, na cidade de Santa Cruz do Piauí, no estado do Piauí, era filha de Raimundo de Sousa Coelho e de Maria Cortez de Sousa.

Graduou-se em História pela Universidade Federal do Piauí e tornou-se especialista em Organização de Arquivos pela Universidade de São Paulo. Cuidou das suas duas filhas.

Iniciou sua carreira no funcionalismo público em 3 de abril de 1982, como estagiária, na reorganização do arquivo público. Ao longo de sua vida profissional, desempenhou importante papel na direção e coordenação do arquivo público do Piauí, títulos que foram alternados ao longo dos governos.

Chegou a ser considerada por alguns como "guardiã de um tesouro". Assumiu várias vezes o comando da instituição arquivista e permaneceu durante 39 anos e 9 meses lotada no arquivo público conforme linha do tempo a seguir:

03/04/1982 – Estagiária  reorganização do Arquivo Público;
10/04/1986 – Técnico Júnior;
06/08/1987 – Diretora do Arquivo Público, Fundação Cultural do Piauí;
12/09/1989 – Técnico Sênior;
02/02/1990 – Diretora do Arquivo Público, Fundação Cultural do Piauí;
18/03/1991 – Coordenadora do Arquivo Público, Fundação Cultural do Piauí;
05/02/1993 – Diretora do Arquivo Público, Fundação Cultural do Piauí;
01/01/1995 – Diretora do Arquivo Público, Fundação Cultural do Piauí;
05/02/1997 – Diretora do Arquivo Público, Fundação Cultural do Piauí;
11/03/1999 – Diretora do Arquivo Público, Fundação Cultural do Piauí;
10/12/2001 – Chefe da Divisão de Conservação e Proteção do Arquivo Público, Fundação Cultural do Piauí;
14/01/2003 – Chefe da Divisão de Conservação e Proteção do Arquivo Público, Fundação Cultural do Piauí;
05/01/2009 – Coordenadora do Arquivo Público, Fundação Cultural do Piauí.

Terezinha Cortez foi contaminada pelo vírus da Covid-19 no mês de outubro de 2021 e se tornou mais uma vítima dessa pandemia. Ficou internada no Hospital São Marcos, na cidade de Teresina, onde trabalhou por vários anos cuidando do arquivo dos prontuários dos pacientes.

Chegou a lutar pela vida durante mais de dois meses, vindo a falecer em 15 de janeiro de 2022, há 7 dias.

Fica um grande legado deixado por uma mulher destemida e apaixonada por documentos históricos e arquivos.

Uma pena que os que compõem o Estado não deem o devido valor à sua história. 

* Com informações de familiares e amigos

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