Painéis da década de 70 -

Sindicato diz que Cepisa está destruindo obras de Afrânio Castelo Branco; empresa nega

Por Apoliana Oliveira

A Equatorial negou que esteja destruindo obras do artista plástico piauiense Afrânio Castelo Branco instaladas na sede da Cepisa, na Avenida Maranhão, em Teresina. Nesta segunda-feira (14) o Sindicato dos Urbanitários do Piauí apontou que pinturas feitas na década de 70 estivessem sendo destruídas.

"Estão sendo apagadas do prédio da Cepisa, apagando também a história cultural do povo piauiense", diz o sindicato.

Segundo a empresa, o que está sendo feito é um trabalho de restauração.

"O grupo Equatorial Energia, quando assumiu o controle da empresa, em outubro de 2018, já encontrou as obras em avançado estado de deterioração e, por isso, realizou estudos e cotações de orçamento para a restauração das telas com artistas habilitados para as técnicas de pintura originais das telas", argumenta em nota.

Já o sindicato informou que fará uma denúncia formal para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Piauí. "Essas telas e o próprio prédio da Cepisa, pela sua arquitetura, são tomados como patrimônio do Estado e a Equatorial não tinha o direito legal de destruir a história do povo piauiense, de forma que poucas obras do artista ainda estão preservadas em prédios públicos do Estado", aponta.

Ainda segundo a Equatorial, nesta etapa inicial da restauração o painel Sinfonia da Luz começou a ser removido do hall de entrada. "Já as obras Zebelê e Cabeça da Cuia, foram cobertas, há cerca de um ano, como forma de proteção da já evoluída deterioração causada por mais de 40 anos de exposição".

Afrânio Castelo Branco morreu em junho de 2017. Considerado um dos ícones da cultura piauiense, ele formou-se em artes plásticas, com medalha de ouro, pela Escola Nacional de Belas Artes, em 1960, e logo em seguida recebeu menção honrosa do 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio.

Além dos painéis na Cepisa, são famosas as pinturas elaboradas para o Palácio da Justiça e também para a reitoria da Universidade Federal, chamada "A dança do boi do Piauí"

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