A Farra das Bolsas na UESPI -

Polícia Federal investiga suposto esquema de bolsas na Universidade Estadual do Piauí

 

Por Rômulo Rocha – De Brasília

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- Suspeita é de que cerca de mil nomes em quase todo o estado teriam sido agraciados com bolsas do PARFOR sem atender aos requisitos do edital. A dúvida é saber por que a UESPI permitiu tal procedimento

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A Polícia Federal está investigando um suposto esquema de distribuição de bolsas do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) no âmbito da Universidade Estadual do Piauí. Os recursos para fomento das bolsas são oriundos da Coordenação de Aperfeiçoamento  de Pessoal de Nível Superior (CAPES), fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC).

A PF entrou no caso depois que o Ministério Público Federal (MPF) recebeu denúncias e encaminhou para a instituição. As suspeitas iniciais são de que cerca de mil bolsas foram distribuídas sem atendimento aos critérios do edital, como a participação em processo de seleção, assim como, por exemplo, a necessidade de comprovação de existência de um Currículo Lattes.

Entre os supostos beneficiados estariam figuras ilustres da sociedade piauiense, que não têm qualquer vínculo com a instituição estadual superior de ensino, e eram chamadas para ministrar cursos os mais exóticos possíveis, como de turbante, ou yorumbá e até para produção de filmes.

Os valores mensais incluem R$ 1.100,00 para professor Formador II, com titulação especialista; R$ 1.300,00 para professor Formador I, com título de mestre ou doutor; R$ 1.400,00 para coordenador de curso, com titulação de mestre ou doutor; e ainda R$ 1.500,00 para coordenador-geral.

As suspeitas preliminares são de que os desvios de finalidade se encontram nas bolsas de professor formador. Haveria pessoas só com ensino médio sendo bolsistas.

As bolsas de professor formador são destinadas a professores com titulação mínima de especialistas e pelo menos um ano de experiência no ensino superior, para ministrar disciplinas nos cursos de formação de professores. Tais prerrogativas estão definidas no manual operativo da CAPES.

“Se estão pagando para cursos diversos, como yorumbá, turbante ou produção de filme, é desvio de finalidade”, disse fonte que não será identificada. Há suspeitas ainda da possível existência de laranjas, que não teriam prestado serviço algum à instituição.

Os editais do PARFOR tem período de duração e recebimento dos repasses por seis meses. Para haver prorrogação é necessário participar de um outro edital. Mas haveria exceções, algo que chamam de ‘jeitinho brasileiro’.

Rosiane de Morais Santos, a mulher do reitor da instituição, Nouga Cardoso, é suspeita de receber bolsa do PARFOR desde 2015, sem participar de edital.

Ela já teria recebido a quantia de R$ 33 mil, segundo dados extraídos do Portal da Transparência da CAPES.

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