Membro do MPPI inconformado -
Marcada audiência da ação movida por promotor de Justiça contra vítima de violência doméstica
Por Rômulo Rocha - Do Blog Bastidores
PROMOTOR DIZ QUE TEM "CREDIBILIDADE SOCIAL E MORAL"
A audiência designada em face de ação judicial em que o promotor de Justiça Francisco de Jesus, do Núcleo das Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Nupevid), processa uma vítima de violência doméstica já tem data marcada.
Segundo informações do juízo responsável por apreciar a ação cível movida pela autoridade que diz ter "credibilidade social e moral", a "audiência de Conciliação, Instrução e Julgamento" está "designada para o dia 06/07/2021, às 9h30" no "JECC Teresina Leste 1 Sede Horto Cível".
O promotor de Justiça Francisco de Jesus, como divulgado pelo Blog Bastidores, do 180, quer uma indenização da ordem de R$ 31.350,00 porque Cláudia Modesto protestou de forma pacífica na frente do Ministério Público Estadual (MPE) contra o homem público em questão após ele retornar ao trabalho - segundo matéria do Portal AZ - depois de ser alvo de medida protetiva da Justiça. Isso porque o membro do MP-PI foi alvo de denúncia da sua então companheira, que recorreu à polícia e esta ao judiciário.
Áudio transcrito de conversa entre a então companheira da autoridade, evidencia detalhes do que ela viveu e viu na relação com o promotor. Ao todo são 15 laudas com detalhes explicados em tom concatenado.
"SUPOSTA VÍTIMA", DIZ PROMOTOR
No tocante à Modesto, aparentemente sem provas, o promotor de Justiça diz que a "suposta vítima" de violência doméstica Cláudia Modesto de Sousa Anchieta pagou matéria em portal de notícias local - o Portal AZ, expõe ainda detalhes do caso da "suposta vítima" e mais uma vez demonstra insatisfação com a liberdade de expressão, procurando encaixá-la, repetidamente, em atos de "vingança".
Na petição apresentada por Francisco de Jesus à Justiça contra Cláudia Modesto, o promotor de Justiça também sustenta que ela fez "show pirotécnico" ao protestar na frente do Ministério Público, que a "suposta vítima" tem ódio dele e que ela realiza "vingança pessoal".
Ocorre que Modesto procurou o Estado em busca de proteção. Em nota pública, a Frente Popular de Mulheres contra o Feminicídio do Estado do Piauí sustentou que “não precisamos financiar autoridades que se colocam frontalmente contra uma mulher"”. E que "Cláudia vem sofrendo perseguição por parte do citado promotor".
"Suas ações [do promotor de Justiça], dentre elas uma exposição exagerada à mídia, fazendo ameaças, pode configurar uma possível síndrome de perseguição", alerta a Frente.
O promotor de Justiça Francisco de Jesus também processa todos os meios de comunicação e jornalistas que divulgaram decisão judicial que determinou medidas protetivas contra o membro do MP-PI e a favor da sua ex-companheira.
Francisco de Jesus, no entanto, diz que os seus colegas de trabalho no Ministério Público do Piauí não o denunciaram. A primeira divulgação sobre isso, a suposta inexistência de denúncia, foi feita em portal amigo, que vez ou outra e outra também divulga os feitos do promotor de Justiça.
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