"Investigar excessos desse poder é -
Jornalista que escreveu sobre o caso Arimatéia Azevedo diz que Judiciário possui gente "intocável"
Por Rômulo Rocha - Do Blog Bastidores
Nayara Felizardo, a jornalista que assina a matéria "Assédio Judicial - denuncie um juiz na imprensa e vá à falência (se não for preso)", através da qual reporta o caso envolvendo o jornalista piauiense Arimatéia Azevedo como que sendo um suposto caso de assédio judicial dentre os existentes contra jornalistas Brasil afora, disse no Twitter que o "Judiciário é o meu foco de cobertura favorito, porque envolve gente poderosa, que se sente – e de fato é – intocável".
A jovem jornalista sustenta na rede social que é "cearense de nascença, pernambucana de pai e mãe, piauiense de formação. Jornalista por teimosia. Lésbica com orgulho. Repórter do The Intercept Brasil".
Diz que "Investigar os excessos desse poder é a minha ínfima contribuição para um país mais justo" e que "Não existe democracia sem uma justiça que sirva a todas as pessoas".
A profissional de imprensa diz ainda que reportagem publicada pelo Intercept Brasil, se referindo à que cita o jornalista do Piauí Arimatéia Azevedo, seria a 12ª reportagem sobre supostos abusos do poder judiciário.
"Essa reportagem publicada ontem, no @TheInterceptBr, foi a 12ª investigação que fiz a respeito dos abusos do judiciário, nos últimos quase quatro anos", publicou em rede social.
No "fio com algumas delas", as reportagens sobre o judiciário, a jornalista faz menção a várias, que tiveram significativo impacto.
"Uma das reportagens mais importantes foi sobre o nepotismo do Tribunal de Justiça do Amazonas. Alguns magistrados de lá fazem de tudo para terem seus filhinhos na corte e, assim, perpetuar a carreira jurídica na família", postou.
Em outra postagem a jornalista indaga: "Tem corrupção no judiciário?". Para responder: "Tem, sim senhora! Fiz um levantamento para descobrir qual é o preço de uma sentença no Brasil – e tem umas pechinchas de R$ 750, acredita?".
Afirma em nova publicação que "junto com o judiciário, os cartórios também precisam de mais investigação – a grilagem de terras está aí pra provar. No Maranhão, uma desembargadora é investigada por favorecer seu ex-assessor em um concurso de tabelião. Contei o caso nessa reportagem".
"Indo pro norte, mais especificamente no Amapá, mostrei como magistrados e servidores do judiciário ajudavam casais ricos a tirarem crianças de famílias pobres. A reportagem levou o TJAP a rever todos os processos de adoção realizados nos últimos 30 anos", acresceu.
"Magistrados ajudando candidato a ganhar processos contra adversários? Tem demais. No Amazonas, mostrei como isso se dava – e fui censurada. Essa reportagem ficou três dias fora do ar, por determinação judicial. Mas eu descobri uma coisinha, e tudo mudou", conta.
Segue afirmando que "Ricardo Nicolau, mencionado na reportagem, entrou com 4 representações iguais, pedindo não só a exclusão da matéria sobre ele, mas de todo o site. O juiz que acatou parte do pedido, veja só, tinha relações bem próximas com a família do então candidato", pontua.
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