Caso Polêmico -

IML desobedece ordem judicial e não faz exumação de corpo de economista da PMT

 

Por Rômulo Rocha – Do Blog Bastidores

 

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- Corpo a ser exumado é de então economista da Prefeitura de Teresina, que segundo a acusação, foi vítima de um assassinato e logo em seguida de uma simulação de enforcamento para parecer suicídio

- Defesa da acusada quer dirimir dúvidas sobre os efeitos do enlace na corda no pescoço da vítima. Haveria consequências diferentes no organismo entre o enforcamento executado e uma simulação posta em prática para parecer verdadeira

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Urna onde está os restos mortais de economista sendo fechada após ficar parte da manhã aberta à espera do IML
Urna onde estão os restos mortais de economista sendo fechada após ficar parte da manhã aberta à espera do IML 

A CULPA É DO SUBORDINADO

Se já é difícil para uma família perder um ente supostamente assassinado, imagina ter que, vez ou outra – essa seria a segunda vez, ver os restos mortais desse ente querido ser exumado. Extraído do túmulo. Mais: esperar a exumação e o órgão público responsável não aparecer. Pior: esperar outra exumação quando já existe um laudo pretérito, isso porque a defesa pediu que houvesse uma nova perícia e a justiça entendeu, sendo que não se realiza o julgamento da acusada de matar [ou supostamente mandar matar], uma vez que tal procedimento precisa ser feito, obstruindo-se assim o livre curso do processo.

É justamente o que aconteceu na manhã desta quinta-feira (11), quando se esperava o contrário, com o corpo do então economista da Prefeitura de Teresina José Afonso Vieira dos Santos. Havia uma determinação judicial para exumação. A administração do cemitério estava com a parte posterior do túmulo aberta desde antes das 9 horas, horário previsto para ocorrer a exumação e posterior perícia, mas, o IML não deu a mínima. Ninguém do instituto apareceu.

Quase duas horas depois, quanto, além do advogado de acusação Gilberto Alves Ferreira, até jornalista ligar para a 2ª Vara do Tribunal do Júri para saber por que a decisão judicial não fora cumprida, eis que se sabe que – relatou a própria vara, o IML, embora notificado, não teria como estar presente ao ato, vez que o subordinado não teria informado ao seu superior da notificação sobre a exumação do corpo. Restou a administração do cemitério fechar o  túmulo, já passando das 11 horas.

O advogado Gilberto Ferreira, que representa a família da vítima, confirma a trapalhada. “Mandaram o ofício para o IML, segundo o Tribunal, mas a pessoa que recebeu não passou para o diretor do instituto. Ora, como é que um funcionário de uma repartição recebe um ofício, vindo de uma ordem de um juiz, determinando a exumação de um cadáver e essa ordem não é passada para o diretor?”.

“Eu liguei, e agora o IML diz que não dá mais para fazer. Acabou. Vão agora justificar para o juiz porque não vieram fazer. E o juiz, logicamente, vai determinar uma nova data”, complementa.

O Blog Bastidores apurou que a administração do cemitério recebeu o ofício há uns 20 dias. “O cemitério se preparou. Qual a parte do cemitério? Abrir o túmulo, tirar o corpo e colocar a disposição deles, [do IML]. Mas o IML nem aqui apareceu", disse.

“DESCASO DO ÓRGÃO PÚBLICO”

Advogado Gilberto Ferreira: desrespeitaram ordem judicial
Advogado Gilberto Ferreira: desrespeitaram ordem judicial 

 

“Houve um descumprimento de uma ordem judicial, como também houve um descaso do serviço público no cumprimento do serviço público. É uma questão traumática. Uma pessoa que foi sepultada em 2006. E agora tem que ser exumada pela segunda vez. E os familiares já vêm todos constrangidos e não aparece ninguém? Vêm com uma desculpa esfarrapada. Só no Piauí ocorre um caso desse. Desenterrar uma pessoa já é uma situação traumática para a família que espera Justiça e ainda acontece isso? É um absurdo”, tascou o advogado.

Corpo não teria de onde se projetar, em ambiente apertado. Peso teria rompido o cordão que foi enlaçado no pescoço. Informações reforçam a tese de simulação
Corpo não teria de onde se projetar, em ambiente apertado. Peso teria rompido o cordão que foi enlaçado no pescoço. Informações reforçam a tese de simulação 

VEJA MATÉRIA SOBRE O CASO

- EXCLUSIVO: acusada da morte de economista da Prefeitura de Teresina vai a Júri Popular

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