Adolescente ouvida na DPCA -

Conselheira tutelar diz que diretora agredida em escola dispensou auxílio

A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Teresina (DPCA) ouviu nesta terça-feira (12/12) a adolescente de 16 anos que, na semana passada, foi filmada enquanto agredia a diretora da Unidade Escolar Firmina Sobreira, no bairro Poty Velho.

Em entrevista à TV Clube, a menor disse que era discriminada pela educadora. Mencionou que chegou a ser chamada para conversar outras vezes, mas ao invés de ouvir palavras de apoio, a diretora dizia que a jovem usava a doença para "chantagear as pessoas" e que "sempre ia ser tachada como louca".

A adolescente, que sofre de depressão, afirmou ainda que antes de agredir a diretora fisicamente, foi também agredida verbalmente.

"Eu pensei que ela fosse falar algo que me confortasse. Eu não estava medicada, meus medicamentos tinham acabado, e eu tava sentada perto do portão, ela chegou pra mim e começou a falar, dizendo que eu não tinha depressão, isso era tudo para chantagear as pessoas, que sempre ouvia as pessoas falando de mim pelos corredores, que eu sempre ia ser tachada como louca, que o pior sentimento que as pessoas tem por alguém é pena, e era isso que ela sentia por mim", contou a jovem.

A conselheira tutelar Lucileide Magalhães reforçou a versão da jovem de que ela estaria sendo "de certa forma reprimida" dentro da escola. Contou ainda à reportagem que a situação da jovem vinha sendo acompanhada desde um caso anterior de agressão, e que à época diretora da escola foi questionada sobre a necessidade de acompanhamento especializado. "Ela [diretora] concordou, porque tem lá no desdobramento que ela concordou. E tem mais. O conselheiro falou pra ela: 'você precisa de algum profissional dentro da sala de aula para estar acompanhando essa aluna, devido o transtorno depressivo dela?'. O que ela falou, ela disse que não, não precisa", reforçou.

Procurada pela TV Clube, a diretora disse que não ia comentar as declarações da adolescente.

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