Acusado de matar jornalista na Copa do Mundo de 2006 vai a Júri Popular

Por Rômulo Rocha - Do Blog Bastidores

O julgamento do acusado de provocar o acidente que culminou com a morte do jornalista Júlio César de Macedo Galvão está previsto para ocorrer durante esta segunda-feira (23).

O crime de trânsito ocorreu há quase doze anos, no dia 23 de junho de 2006, durante a Copa do Mundo. O acusado é Everaldo Ralfa de Sousa, que teria antecedentes criminais. 

Segundo os autos e relatos da acusação, ele estava em alta velocidade vindo do bairro Saci através da avenida Henry Wall de Carvalho, quando colidiu a F-250 que conduzia no veículo do jornalista, possivelmente pela traseira. 

O carro da vítima fora arrastado por cerca de 50 metros, segundo a perícia, provocando sérias lesões no profissional de imprensa, que veio a óbito dias depois.

O promotor de Justiça do caso é João Malato. O Ministério Público sustenta a tese de dolo eventual - quando o agente assume o risco de matar, havendo, portanto, a intenção de causar a morte.

Isso, portanto, seria a justificativa para remeter o caso ao Tribunal Popular do Júri, com previsão de pena de reclusão entre 12 a 30 anos.

Para Malato, o acusado assumiu o risco de matar no momento que dirigia o enorme veículo em alta velocidade e, após supostamente ter consumido bebida alcoólica na zona sul de Teresina.

O julgamento está sob a incumbência do juiz Antônio Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri. 

O jornalista dá nome à sala de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, onde há uma foto sua estampada na parede do recinto.

Já a defesa do acusado Everaldo Ralfa de Sousa será feita pelo advogado criminalista Gilberto Ferreira, considerado um dos melhores oradores em júri popular do estado.

O advogado alega que o que houve fora, na verdade, culpa consciente - quando o agente prevê o resultado, mas não admite que ele ocorra. 

Isso diminuiria e muito a previsão de pena máxima para o acusado, o que o faria sair da cadeia - em caso de condenação - em pouco tempo.