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Gabi Pinho: vítima ou beneficiária da superexposição dos digital influencers?

Na era da comunicação que antecedeu as redes sociais as figuras públicas que viviam de sua própria imagem como atores, cantores, apresentadores e modelos gozavam de uma certa reserva na sua vida pessoal, pois entendiam-se que eles viviam, em seu trabalho como personagens que diferiam do que de fato eram em suas vidas privadas.

Era possível perceber uma fronteira, mesmo que tênue, entre esses dois mundos. Dava para ter uma máscara para mostrar ao mundo enquanto se podia viver sua vida pessoal com alguma reserva.

Gabi Pinho, talvez a mais famosa digital influencer do Piauí
Gabi Pinho, talvez a mais famosa digital influencer do Piauí 

Isso mesmo: alguma reserva. Programas, folhetins e revistas de fofoca sempre existiram e sempre exploraram o que de fato as pessoas têm de mais interessante, que é o que elas fazem quando ninguém está olhando.

A curiosidade do público é atiçada muito mais pelo que as pessoas querem esconder do que por aquilo que elas anseiam mostrar. Esse efeito pode ser sentido mesmo antes do advento do Facebook, Instagram e Tik Tok com o fenômeno dos reality shows no início dos anos 2000.

A partir de 2012, os chamados digital influencers invadiram nossas vidas derrubando todo e qualquer limite entre o que é público e o que é privado em termos de vida pessoal em nome da conquista de seguidores.

Para conseguir likes vale tudo. Foto de biquíni, dancinhas eróticas, mostrar foto do que se come e até de quem se come. A partir daí acabou a proteção da máscara de personagem para mostrar ao público enquanto se mantém reservada uma parte da Na lógica dos digital influencers é mostrando a vida, de verdade, que se consegue atenção, seguidores e os benefícios consequentes de tanta exposição.

Mas, como nem tudo são flores na vida e em tudo há um lado ruim, sem a tênue fronteira que separa o personagem público (aliás, nem existe mais o personagem) a própria pessoa fica exposta o tempo todo. E não dá pra querer que as pessoas vejam somente sua parte bela. Os defeitos e imperfeições vão aparecer, também. Como antes dito, exatamente o que se almeja esconder é que mais o público deseja ver.

Gabi Pinho talvez seja a mais celebrada digital influencer do Piauí e se beneficia muito dessa posição. É jovem, é bonita, é desejada e sua imagem vende. Trabalhou muito para estar onde está. Tornou-se uma das mais públicas, notórias e interessantes figuras públicas do nosso estado. Como figura interessante, tudo o que acontece ao seu redor também o é.

É legítimo que ela se sinta mal com uma exposição de um fato indesejado. Quem não se sentiria. O que não dá é ela querer que a atenção dos que consomem informação não desejam saber o que ocorre com ela. Seja bom ou seja ruim.

É importante lembrar que foi a própria Gabi quem conquistou tamanha popularidade. Como em tudo na vida, há ônus e bônus.

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