Causou desconforto -

Declarações de Baby do Brasil em culto em boate geram polêmica

Após as declarações controversas feitas por Baby do Brasil durante um culto realizado na boate D-EDGE, em São Paulo, no dia 10 de março, o proprietário do local, Renato Ratier, decidiu se manifestar publicamente. A cantora e pastora evangélica causou desconforto ao sugerir que vítimas de abusos sexuais, incluindo casos intrafamiliares, perdoassem seus agressores.  

Foto: ReproduçãoFoto
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As falas da artista geraram reações negativas tanto entre os presentes quanto nas redes sociais, o que levou Ratier a se posicionar. Em um comunicado publicado no Instagram, ele afirmou ser “absolutamente contra qualquer tipo de abuso e discriminação” e reforçou que todos os crimes devem ser denunciados e investigados.  

Ratier destacou que as palavras de Baby do Brasil não representam seus valores pessoais nem os princípios da D-EDGE, casa conhecida por promover a diversidade e a inclusão. Ele explicou que a cantora foi convidada de última hora para participar do culto e que suas declarações não refletiam a proposta do evento ou da boate.  

Evento isolado*

O proprietário ressaltou que o culto foi uma exceção e que, a partir de agora, a programação da D-EDGE seguirá focada na música eletrônica, sua principal característica. Ele deixou claro que o espaço não sediará mais cultos ou pregações religiosas, mantendo seu compromisso com a comunidade LGBTQIAPN+ e com a liberdade de expressão.  

Em seu pronunciamento, Ratier repudiou qualquer tentativa de minimizar a dor das vítimas de abusos e reafirmou seu compromisso com um ambiente de respeito e inclusão. Ele também mencionou que está em diálogo com Baby do Brasil e outros participantes para que se manifestem publicamente sobre as declarações, garantindo que elas não representam seus valores ou os da boate.  

Confira abaixo a íntegra do comunicado de Renato Ratier:  


“Na última segunda-feira, 10 de março, realizei pela primeira vez um culto no D-EDGE em São Paulo para promover o amor, o respeito e a transformação. Durante o evento, algumas falas isoladas repercutidas não condizem com o que eu acredito e é sobre isso que eu gostaria de esclarecer.  

Antes de mais nada, quero expressar meu profundo respeito a todas as pessoas que foram atingidas por declarações de terceiros durante o culto e reafirmar os valores que sempre guiaram minha trajetória. Jamais foi minha intenção ferir ou desrespeitar qualquer pessoa.  

Minha intenção ao abrir as portas do D-EDGE para esse culto foi criar um espaço de conexão, acolhimento e fé.  

Infelizmente, algumas falas isoladas de convidados vão contra aquilo que acredito. Deixo claro que sou absolutamente contra qualquer tipo de abuso e discriminação e que todo crime deve ser denunciado e apurado.  

Entendo a gravidade das palavras que foram ditas, não por mim, mas por um convidado chamado a falar de última hora sem o meu consentimento. Estou conversando com a Baby do Brasil e os outros para justificarem suas falas publicamente, já que elas não refletem meus valores nem os do D-EDGE.  

Sempre defendi que a justiça deve ser feita e que nenhum tipo de violência pode ser minimizada ou tolerada. Este é um problema grave que exige uma resposta contundente e a implementação de políticas públicas que protejam as vítimas e punam os agressores.  

Também quero reforçar que não acredito na chamada 'cura gay' – essa ideia não existe e jamais fez parte dos meus valores. Minha trajetória sempre esteve pautada no respeito e no apoio à comunidade LGBTQIAPN+, algo que se reflete, inclusive, na programação do próprio D-EDGE, que sempre abriu espaço para a diversidade.  

Importante ressaltar que o D-EDGE não alterou sua proposta. O evento do culto foi uma exceção isolada e não irá mais acontecer. A casa continua com suas atividades normais, oferecendo a cada noite um espaço de música eletrônica, como sempre fez ao longo dos seus 25 anos de história.  

Além disso, acredito na liberdade de crença e no direito de cada um expressar sua fé, independentemente da religião, desde que isso não fira, humilhe ou desrespeite outras pessoas. O respeito às diferenças sempre foi um pilar essencial na minha caminhada, tanto na música quanto na vida.  

Quero, mais uma vez, reforçar que a minha intenção jamais foi gerar qualquer tipo de discurso que pudesse causar sofrimento, especialmente para aqueles que já sofreram abusos ou qualquer outro tipo de violência.  

Estou comprometido em continuar a promover um ambiente de respeito, inclusão e acolhimento, que sempre foram os pilares da minha trajetória.  

Todo o meu amor e respeito a todos."

Fonte: Metrópoles

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