
PF afirma que apostadores ganhariam R$ 11 mil com cartão amarelo de Bruno Henrique
Bruno Henrique, jogador do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal na última segunda-feira (14/04) por suposta manipulação de resultado esportivo. Segundo as investigações, ele teria forçado um cartão amarelo durante uma partida contra o Santos para beneficiar um grupo de apostadores. A operação teria gerado um lucro de pouco mais de R$ 11 mil aos envolvidos.

De acordo com a PF, foram registradas 14 apostas feitas entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro de 2023, período em que ocorreu o jogo no estádio Mané Garrincha. Todas as apostas foram realizadas pelos nove indiciados no caso, mas a polícia afirma que Bruno Henrique “não apostou”. Os valores apostados variaram de R$ 350,00 a R$ 1.425,00.
O total investido foi de R$ 5.642,58, com um retorno estimado de R$ 17.007,01, conforme apontado pela investigação. Isso resultou em um lucro de R$ 11.364,43. A Polícia Federal dividiu os investigados em dois grupos: o primeiro formado por familiares do jogador, como seu irmão Wander Nunes, a cunhada e uma prima; o segundo, por pessoas ligadas apenas por laços de amizade.
Em razão do aumento incomum nas apostas envolvendo Bruno Henrique, as casas de aposta decidiram não pagar os valores apostados.
Segundo relatório da Associação Internacional de Integridade em Apostas (IBIA), casas como Betano, Galerabet e KTO identificaram um volume anormal de apostas no cartão amarelo do atleta. A entidade destacou que “a chance do evento acontecer era de apenas 15%”.
Por isso, a ODD – que representa o multiplicador de pagamento para os apostadores – era considerada elevada, variando entre 2.85 e 3.10. Quanto menor a probabilidade do evento ocorrer, maior tende a ser a ODD oferecida pelas casas.
A investigação, que deu origem à operação “Spot Fixing”, em novembro de 2024, foi iniciada com base nos dados dos apostadores. Há indícios de que seis dos envolvidos tenham recebido informações privilegiadas, embora o relatório não aponte se houve pagamento de comissão por essas informações.