F1: FIA pede menos palavrões e compara pilotos com rappers
Em uma entrevista ao site Motorsport, Mohammed Ben Sulayem, atual presidente da FIA e 14 vezes campeão do Rally do Oriente Médio, afirmou que entende as reações emocionais dos pilotos. No entanto, é importante reduzir a quantidade de xingamentos nas transmissões de rádio por responsabilidade com o público.
"Eu sei, eu fui piloto [...] No calor do momento, quando você está irritado porque outro piloto chegou perto de você e o empurrou... Quando eu dirigia em condições adversas, eu também ficava irritado. Mas é preciso prestar atenção à nossa conduta. Devemos ser responsáveis."
A Fórmula 1 já corta a maioria dos palavrões. Isso é possível porque o áudio do rádio é transmitido ao público com um pequeno atraso, permitindo que sejam filtradas e censuradas palavras mais ofensivas.
Pilotos ou rappers?
Segundo Sulayem, a FIA tomará providências para evitar os xingamentos. Ele ainda fez uma comparação entre os pilotos e os rappers, em relação ao uso de palavrões.
"Temos que distinguir nosso esporte, o automobilismo, da música rap", disse ele. "Nós não somos rappers, entende? Quantas vezes por minuto eles falam a palavra com 'F'? Não fazemos parte disso. Eles são eles, e nós somos nós."
Reações dos pilotos da Fórmula 1
As declarações do presidente da FIA não foram bem recebidas por alguns pilotos de Fórmula 1. Lando Norris, piloto da McLaren e vice-líder do campeonato, criticou a limitação nas comunicações de rádio.
"São apenas os caras no calor do momento, sob estresse, pressão, envolvidos em grandes acidentes. É muito mais fácil para eles falarem do que para nós agirmos, pois estamos na pista, arriscando nossas vidas para correr. Nossos batimentos cardíacos estão elevados. Estamos apenas expressando nossa paixão e amor por isso. Claro que alguns palavrões vão acabar saindo", comentou Norris.
Por outro lado, há quem adote uma posição mais moderada. Max Verstappen, piloto da Red Bull e atual líder da Fórmula 1, sugeriu que talvez a solução seja evitar a transmissão pública das conversas de rádio.
"Acho que o mundo está mudando, mas talvez a solução seja não transmitir o rádio [...] ou não dar às pessoas a opção de ouvir. Isso seria mais eficaz do que tentar proibir os pilotos. Porque, por exemplo, eu não poderia nem dizer a palavra com 'F', e nem acho que seja tão grave. 'O carro não estava funcionando, o carro estava ferrado, desculpe-me pela linguagem'", disse Verstappen.
Fonte: Metrópoles