Discriminação nos campos -

Espanha tem histórico de racismo contra jogadores; Ronaldo já foi vítima

As ofensas por parte de torcedores do Valencia contra Vinícius Jr. evidenciaram mais uma vez a questão do racismo contra jogadores de futebol na Espanha.

O caso no Mestalla foi o nono episódio registrado de racismo de torcidas contra Vinícius Jr. O jogador tem sido vítima de ofensas sistemáticas. Infratores costumam chamar o brasileiro de "macaco" e desejar sua morte.

Apesar de Vinícius Jr. ser a vítima mais frequente, o racismo nos estádios é problema de longa data na Espanha. Casos registrados de preconceito racial contra jogadores de futebol vêm desde o século passado.

Brasileiros e atletas de outros países já sofreram insultos racistas. Ronaldo Fenômeno e Daniel Alves, jogadores que tiveram longas passagens pelo futebol espanhol, foram algumas das vítimas.

Foto: Reprodução/TwitterRonaldo Fenômeno
Ronaldo Fenômeno

RONALDO

O ex-atacante, na época jogador do Real Madrid, sofreu ofensas racistas por parte de torcedores do Málaga. O episódio aconteceu em 2005, durante partida pelo Campeonato Espanhol. Os infratores proferiram xingamentos quando Ronaldo foi substituído por Michael Owen, aos 40 do 2º tempo.

Ronaldo reagiu atirando uma garrafa de água em direção à torcida. ''Quando cheguei perto do banco de reservas, dois jovens começaram a falar palavras racistas contra eu e minha mãe. Eu reagi de forma errada, mas os insultos foram muito pesados'', disse o brasileiro, que pediu desculpas pelo ato.

DANIEL ALVES

Torcedores do Villarreal atiraram uma banana em direção ao então jogador do Barcelona, em 2014. Daniel Alves, que estava próximo da torcida para cobrar escanteio, respondeu descascando e comendo um pedaço da fruta.

O Villarreal recebeu multa de 12 mil euros (R$ 37,2 mil na cotação da época). A arquibancada de onde partiu a banana foi fechada por apenas uma partida. O torcedor que cometeu o ato perdeu seu carnê de sócio do clube e foi proibido de frequentar o estádio pelo resto da vida.

ETO'O

O atacante camaronês foi vítima de ofensas racistas em diversas ocasiões durante sua passagem pelo Barcelona. Em 2004, torcedores de Getafe e Albacete reproduziram gritos imitando macacos.

Eto'o explodiu ao ser vítima de mais ofensas racistas em 2006. O camaronês declarou que abandonaria o gramado devido a gritos da torcida do Zaragoza. O árbitro convenceu o atacante a permanecer em campo.

Ronaldinho Gaúcho, colega de time, manifestou apoio ao camaronês. "Se Eto'o deixasse a partida, eu teria ido com ele", disse após o fim da partida.

A Federação Espanhola aplicou multa de 9 mil euros (R$ 25,3 mil na cotação da época) ao Zaragoza.

OUTROS CASOS

Jogadores de origem africana foram alvo de racismo em outras ocasiões. Thomas Nkono sofreu ofensas racistas de torcedores do Barcelona em 1982. Carlos Kameni ouviu gritos de "macaco" por parte da torcida do Zaragoza em 2004. Mouctar Diakhaby, Frédéric Kanouté, Yaya Touré são outros exemplos de vítimas do racismo nos estádios.

Um caso recente que ganhou repercussão aconteceu com Iñaki Williams. O atacante do Athletic Bilbao ouviu gritos de "macaco" ao ser substituído no Cornellà-El Prat, estádio do Espanyol, em 2020. O caso chegou a ser repudiado por Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol.
 

Fonte: FOLHAPRESS

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