Foi detido após confusão -

Elano explica confusão após a festa do título na Índia e projeta volta ao Santos

Foram pouco mais de três meses, todos intensos. Em agosto, Elano deixou o Santos para ser emprestado mais uma vez ao Chennaiyin FC, time treinado por Materazzi na Índia. Do outro lado do mundo, o meia teve que deixar a sua cidade por conta de fortes chuvas, mas ainda assim conseguiu conquistar o título, ao vencer o FC Goa de Zico. A festa pela taça foi abreviada por uma confusão em que o jogador acabou a noite na delegacia. Tudo resolvido, ele já está de volta ao Brasil, com planos de aproveitar as férias e depois se apresentar ao Peixe. Mas a permanência no clube dependerá de uma conversa.

– Pretendo cumprir o contrato que tenho até o final do Campeonato Paulista. Quero ver o interesse do Santos. Vou voltar e sentar e conversar – disse o meia de 34 anos.

Em um torneio cheio de jogadores com rodagem pelo futebol mundial, Elano levou a melhor sobre o Goa de Zico, Léo Moura e Lúcio na decisão e conquistou o título em sua segunda temporada na Índia. Só que a festa do título terminou na delegacia por conta de um desentendimento com o indiano Dattaraj Salgoankar, co-proprietário do Goa. O brasileiro negou que tenha agredido o dirigente, como foi acusado, e disse que a confusão só aconteceu porque ele foi separar os brasileiros do time rival de perto do árbitro.

– Quando vi, esse cara do Goa estava vindo falar comigo para me ofender. Não vi quem era e fui questioná-lo em inglês. Disse que estava com os brasileiros. Mandei ele procurar os amigos dele e vi os jogadores indianos vindo ao meu encontro. Os brasileiros vieram me ajudar e saí. Quando estava comemorando, a presidente do meu time me chamou. Disse que eu teria que ir embora – explicou Elano.

Em seguida, Elano soube que o cartola, muito influente na cidade, prestou queixa, e o jogador foi levado para uma delegacia no sul de Goa em um veículo particular duas horas após a partida. Lá se explicou e foi liberado para comemorar a festa do título em Chennaiyin. Leia abaixo a entrevista completa com os relatos do jogador das aventuras na Índia e seus projetos para a carreira.

GloboEsporte.com: na final do último domingo, você terminou a noite na delegacia. O que aconteceu?
Elano: eu estava comemorando o título, dentro do campo. Quando olhei para a comissão do Goa, vi um brasileiro querendo brigar com o juiz. O Zico estava tentando separar e fui lá ajudar. Fui segurar o menino e falei que a gente estava indo embora para o Brasil um dia depois. Quando vi, esse cara do Goa estava vindo falar comigo para me ofender. Não vi quem era e fui questioná-lo em inglês. Disse que estava com os brasileiros. Mandei ele procurar os amigos dele e vi os jogadores indianos vindo ao meu encontro. Os brasileiros vieram me ajudar e saí. Quando estava comemorando, a presidente do meu time me chamou. Disse que eu teria que ir embora. Só depois que fui descobrir que o cara que eu discuti era o presidente do Goa. Ele tem muito poder e me acusou de agressão. Não houve agressão, mas ele fez o boletim como se eu o tivesse agredido.

Nas fotos, você parecia bem tranquilo. A imprensa indiana relatou que as pessoas te paravam para tirar selfies...
Fiquei tranquilo, fui tentar ajudar. Ele (dirigente do Goa) estava nervoso. Foi tranquilo, tirei foto. Mas foi uma experiência negativa. Eu tinha certeza que a notícia correria e não tinha como falar com a minha família. Nem sabia por que estava ali e fui descobrir ao longo do tempo. Mas o importante é que estou bem, de volta.

E como foi essa segunda passagem pela Índia? Muitas aventuras?
A cultura é muito diferente. Não tem nada a ver. O povo indiano foi muito acolhedor. Este ano choveu muito na cidade. Essa água entrou no zoológico e saíram mais 150 crocodilos, algumas cobras. Tem vários vídeos de crocodilos pela cidade. Teve até um episódio de ataque. Tivemos que sair da cidade. Nós viajamos 18 horas para sair da cidade. Foi agora no último mês, no final de novembro. Só volte agora depois do título. Ficamos viajando de ônibus, muita aventura. O povo de Chennaiyin sofreu muito. Foi muito triste. Isso nos deu muita força.

E o futebol?
As duas temporadas foram muitos boas. Na primeira, não conseguimos vencer. É uma liga muito organizada. Os indianos do ano passado e desse ano também. Estou sempre fazendo parte de uma iniciativa. Na Ucrânia já tinha desbravado. Nessa ainda foi melhor.

Como foi a convivência com Materazzi (técnico do Chennaiyin, campeão do mundo da Itália como zagueiro em 2006)?
Normal. Ele também está começando a carreira. Tivemos algumas dificuldades. Ele está em evolução. Foi uma coisa normal, nada anormal. Um relacionamento normal.

Viu mudanças na qualidade? Voltaria a jogar lá?
Houve uma evolução muito grande nesse ano. Tinham atletas de melhor performance e treinadores novos que deram mais experiência e melhoraram o nível. Esse ano foi muito positivo. Falando do Chennaiyin, tenho uma proximidade muito boa, mas não tenho o projeto de voltar agora. Tenho contrato com o Santos e pretendo cumpri-lo. Mas o mercado na Índia está aberto para o futuro.

Ainda tem contrato com o Santos. Planos passam pelo Peixe?
Pretendo cumprir o contrato que tenho até o final do Campeonato Paulista. Quero ver o interesse do Santos. Vou voltar e sentar e conversar. Não tenho projeção de encerrar a carreira agora. Quero fazer a pré-temporada e vou me dedicar. Voltar ao Santos é sempre uma alegria.

Já pensa na aposentadoria?
Agora, vou dar uma descansada. Foram quatro meses muito intensos. A minha apresentação é na pré-temporada e vou procurar ter essa conversa. Tenho essa abertura com o pessoal do Santos. Estou com 34 anos e tenho condições de jogar. Tenho um mês de pré-temporada, extremamente importante. Eu me sinto hábil para continuar meu trabalho.

Fonte: Com informações do Globoesporte.com

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